Embaixadores cobram investigação da morte de Marielle e Anderson e deixam Temer e Aloysio Nunes em saia justa internacional

Portal Plantão Brasil
21/4/2018 07:36

Embaixadores cobram investigação da morte de Marielle e Anderson e deixam Temer e Aloysio Nunes em saia justa internacional

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5259 visitas - Fonte: socialista morena

A homenagem à vereadora do PSOL Marielle Franco, escolhida como patrona da turma 2017-2018 pelos novos diplomatas formados no Instituto Rio Branco, deixou Michel Temer e seu ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, numa saia-justa nesta sexta-feira em Brasília. Temer teve que explicar o porquê de os assassinos da vereadora, executada há um mês no Rio de Janeiro, ainda não terem sido descobertos, e Aloysio foi cobrado pela ausência de mulheres nos cargos de comando no Itamaraty.







“As investigações sobre o crime avançam com método e critério. As autoridades competentes trabalham para que os responsáveis sejam identificados e levados à Justiça”, enrolou Temer, qualificando o assassinato como “inaceitável e covarde”. Os pais da socióloga e ativista também foram homenageados na cerimônia.



A paraninfa da turma, a embaixadora Thereza Maria Machado Quintella, primeira mulher formada pelo Instituto Rio Branco a chegar ao posto de embaixadora no Brasil, elogiou a escolha da turma. “Mostra consciência de justiça social e de direitos humanos”. Ela contou ter sido eleitora de Marielle e lembrou sua luta para a equidade de gênero, aproveitando a deixa para cobrar do governo a pequena presença feminina no corpo diplomático e nos principais postos do Ministério das Relações Exteriores de Temer.







A embaixadora relatou as dificuldades enfrentadas quando ingressou na carreira, que é dominada por homens, destacou o problema de sub-representação das mulheres no Itamaraty e apresentou um dado preocupante: hoje, dos 12 postos mais relevantes do ministério, nenhum é ocupado por uma mulher, reflexo do que acontece em todo o primeiro escalão desde que Temer chegou ao poder.



“O que mais preocupa atualmente é a ausência de mulheres na estrutura de comando do Itamaraty. Só espero que isso seja conjuntural, e não sinal de retrocesso”, criticou Thereza Quintella. A turma que se formou nesta sexta tem 30 diplomatas, dos quais nove são mulheres.



Em 2014, no governo Dilma Rousseff, do PT, o Ministério das Relações Exteriores criou o Comitê Gestor de Gênero e Raça, para ampliar a participação das mulheres e dos negros em nosso corpo diplomático, tradicionalmente branco e homem. Bem a propósito, o orador da turma, terceiro-secretário Meinardo Cabral de Vasconcelos Neto, abriu seu discurso citando Martin Luther King: “É sempre o tempo certo para fazer o que está certo”.



Aloysio Nunes reconheceu as dificuldades enfrentadas pelas mulheres ao decidirem ingressar na carreira e disse que deve haver uma preocupação em ampliar o número delas no corpo diplomático, sem explicitar nenhum projeto neste sentido. Ele não respondeu por que não há mulheres nos principais cargos de seu ministério.



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