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Reportagem de Guilherme Azevedo no UOL informa que a educadora Maria Inês Fini pode ser chamada com razão de “mãe” do Enem, hoje o maior exame educacional do país. É dela, e de sua equipe no Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão do MEC (Ministério da Educação), a autoria do projeto original para avaliar a qualidade do aprendizado dos alunos brasileiros que finalizam os estudos médios. Vinte anos depois da realização do primeiro Enem, em 1998, o Inep, que elabora e organiza o exame, incluindo os conteúdos, prepara-se para mais uma transição de governo e teste. É que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) já mirou a prova antes mesmo da posse, acusando-a de “ideologia de gênero” e “politicagem” –e prometeu mudanças, como a de ver o exame com antecedência.
De acordo com a publicação, Fini hoje preside o Inep e deverá deixar o cargo ao fim de dezembro. Ela, que já teve até seu nome circulado para a vaga de ministro da Educação de Bolsonaro, foi alvo direto da crítica do futuro presidente. “Essa aí não esteve à frente da prova do Enem? É cartão vermelho, não tem nem amarelo”, disse, em entrevista. O futuro ministro da Educação será Ricardo Vélez Rodríguez, professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. “Bolsonaro provocou uma agressão pessoal a mim que é indesculpável”, lamenta a educadora. Após as críticas do presidente eleito ao Enem 2018, Fini, familiares e amigos foram perseguidos e ofendidos pelas redes. “Fiquei muito assustada como nunca na vida.”
Fini qualifica o episódio da questão do Enem como “verdadeiro absurdo”. “É não compreender a natureza da prova e não entender que pedir para o jovem que ele identifique as características de um dialeto como uma identidade linguística de um pequeno grupo e, sem querer, foi o grupo LGBTI, não vai fazer ninguém virar homossexual”. Entretanto, ela estende o benefício da dúvida à leitura feita pelo presidente: “Houve um exagero de interpretação que foi alimentado também. Não acredito que o presidente tenha tido uma interpretação tão rasa”, completa o Portal UOL.
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