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Em votação simbólica, os deputados suspenderam hoje um decreto presidencial que alterou as regras da Lei de Acesso à Informação. É a primeira derrota do governo Bolsonaro no Congresso, em meio à crise com a queda do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, o governo encaminha, amanhã, a reforma da Previdência - pauta prioritária do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
O projeto que suspendeu a efetividade do decreto assinado em janeiro pelo vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) foi aprovado pela maioria dos deputados e segue para o Senado.
"Uma derrota para o governo entender que não se pode governar por decreto", disse o autor do projeto aprovado na Câmara, Aliel Machado (PSB-PR).
O deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), líder do bloco de 269 deputados, disse ao UOL que a decisão dos deputados é uma reação das lideranças às dificuldades de diálogo com o governo.
"Ninguém foi chamado para discutir a [reforma] da Previdência antes de ela ser encaminhada para a Câmara. Ainda há tempo para formar a base, mas ela não está formada. Algumas lideranças se incomodam com essa situação, porque querem participar do debate e não estão sendo convidadas", disse Nascimento.
Outro líder de um partido da base, sob anonimato, criticou a falta de articulação do governo.
"Quem negocia nesse governo? Tem gente que tem caneta, o Onyx [Lorenzoni, ministro da Casa Civil], o Major Vitor Hugo [líder de governo], mas quem deles tem tinta? A dificuldade de definir isso é do presidente, é evidente. Enquanto eles não se organizarem será derrota atrás de derrota", disse.
Momentos antes da votação, o líder de governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO), subiu à tribuna e usou a maior parte do seu tempo para celebrar a formatura de uma turma de militares na Academia Militar das Agulhas Negras.
"O que o parlamento decidir, para nós do governo estará muito bom", disse o líder do governo, Major Vitor Hugo, sobre o projeto que anula o decreto de Mourão.
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