Aparelhando o Estado: entrevista de emprego para órgão federal pede opinião de candidatos sobre Bolsonaro

Portal Plantão Brasil
14/6/2019 09:08

Aparelhando o Estado: entrevista de emprego para órgão federal pede opinião de candidatos sobre Bolsonaro

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4873 visitas - Fonte: Folha

A aplicação de um questionário para funcionários terceirizados no DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), em Brasília, provocou revolta dos funcionários que decidiram boicotar a prova.







O motivo seria o cunho político e ideológico, segundo eles, que havia entre as 20 questões enviadas para 50 profissionais que atuavam em apoio à Coordenação de Operações Rodoviárias e à Procuradoria Federal especializada junto ao DNIT.



A reportagem teve ao questionário de conhecimento teórico que foi enviado aos funcionários, para que o Consórcio Processamento e Tecnologia (CPT), selecionasse os terceirizados que poderiam continuar atuando no Departamento.







Em uma das perguntas, o funcionário teria que “avaliar intenção do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em retirar os equipamentos de fiscalização eletrônica de trânsito das rodovias?”.



Em outra questão, o funcionário teria que responder sobre a conjuntura política da América do Sul.

‘Dê a sua opinião sobre as questões políticas e econômica dos países da América do Sul?‘, pergunta a 16ª questão.



A última pergunta também pede a opinião dos funcionários sobre a reforma da previdência, que é a principal bandeira do governo Bolsonaro.











Anteriormente, o DNIT já havia decidido demitir os 50 funcionários terceirizados e recontratar apenas alguns. O motivo seria por conta da redução de processos de multas no órgão, já que o governo federal anunciou que irá retirar todos os radares de rodovias federais do país, além da política de corte de gastos da máquina pública.



O questionário já foi aplicado pelo Consórcio CPT. No entanto, dos 50 que estavam selecionados, apenas cinco funcionários decidiram participar. Outros preferiram ser demitidos e não participar do novo processo de seleção.



Além da reação dos terceirizados por conta das perguntas políticas, a recontratação ocorrerá com um salário bem menor do que eles ganhavam, cerca de 50% menor.



Um dos funcionários do setor, que pede para não ser identificado, por medo de possíveis retaliações, disse que a prova foi aplicada para os terceirizados de ensino médio e superior.



“Isso prova que o cunho é ideológico sim. Há uma perseguição para saber se os funcionários tem a mesma visão que o governo. Porque não tem lógica aplicar o mesmo questionário para pessoas com escolaridade ensino médio e superior”, disse o funcionário, que trabalha desde 2016 no órgão.



Ele também questiona o fato de as perguntas terem pouco questionamento jurídico, já que o setor trabalha com processos judiciais. “Deveriam ter analisado a competência desses funcionários, e não querer saber a ideologia ou posicionamento político.”



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