Depoimento dado em presídio pode anular inquérito contra Caio de Souza

Portal Plantão Brasil
13/2/2014 21:45

Depoimento dado em presídio pode anular inquérito contra Caio de Souza

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1971 visitas - Fonte: O Globo

Jonas Tadeu Nunes diz que pode deixar a defesa de Raposo e Caio Marcos Tristão em 12/02/2014 / O Globo



RIO — O advogado Jonas Tadeu Nunes, responsável pela defesa dos dois manifestantes indiciados pela morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, afirmou nesta quinta-feira que vai entrar com um pedido de habeas corpus na Justiça alegando que Caio Silva de Souza prestou depoimento sem a sua presença. Caio falou com policiais da 17ª DP (São Cristóvão) dentro do presídio e acusou o comparsa Fábio Raposo de ter acendido o artefato que atingiu o cinegrafista.

— Se houve coação durante o depoimento no presídio, houve violação de um preceito constitucional de que ele só falaria em juízo. Neste caso, o inquérito poderá ser anulado. Vou entrar com um habeas corpus para anular o inquérito e soltar meus dois clientes — disse o advogado.



Nunes, que mais cedo ameaçou largar o caso por não se sentiria confortável em optar por defender apenas um deles, voltou atrás na tarde desta quinta-feira e disse que não vai abandonar a defesa dos manifestantes. Segundo o advogado, uma mesma estratégia de defesa estava sendo traçada para os dois indiciados.



Para Nunes, caso um acusasse o outro, ele não poderia ficar com essa defesa, uma vez que os dois estariam juntos:

— Me apaixonei pelo caso e não posso cuidar de um filho e abandonar outro. Se eles discordam entre si, não poderei continuar. Se houver colisão, conflito entre os dois, eu me reservo no direito de me afastar do caso. Os elementos da defesa só servem com eles juntos — afirmou na manhã desta quinta-feira.





No depoimento que Caio Silva de Souza prestou a policiais civis quando já estava na Cadeia Pública José Frederico Marques, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, nesta quarta-feira, o suspeito responsabilizou o tatuador Fábio Raposo por ter acendido o artefato explosivo. O advogado disse, no entanto, que não estava ciente da declaração de seu cliente.

Já Fábio Raposo, ao se apresentar na 16ª DP (Barra), no último sábado, disse que encontrou o artefato no chão e repassou para Caio. Na ocasião, ao fazer a defesa de Fábio, o advogado Jonas Tadeu reafirmou a versão e disse que Raposo apenas passou o artefato:



— Ele deve ser indiciado por lesão corporal gravíssima já que não passou uma arma para outra pessoa. Passou um rojão, que é vendido livremente por aí — disse o advogado, que tentará conseguir junto à Justiça algum benefício de redução de pena para o cliente por ele estar colaborando com a polícia.



Ainda segundo o advogado, a informação de que jovens seriam pagos para participar de manifestações partiu do próprio Caio, logo após a prisão na Bahia.



— Os R$150 nasceram quando Caio estava preso na Bahia e falou “Quem vai pagar a cesta básica da minha mãe? Eu ganhava R$ 150 por manifestação, que eu dava para ela. Você tem como conseguir assistência social para minha mãe?” — afirmou Jonas Tadeu.

Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, já presos, teriam dito ao advogado Jonas Tadeu que foram aliciados e remunerados para provocar tumultos. No depoimento dado à polícia, ao qual o jornal “Extra” teve acesso, Caio negou conhecer as pessoas que aparecem na manifestação e oferecem dinheiro a quem participa do ato.



Segundo ele, “elas falam que se tiver com dificuldade financeira para voltar na próxima (manifestação), pode pegar com eles o dinheiro da passagem, bem como aparecem com lanches e quentinhas”.



Sobre financiadores de protestos, Caio disse que eles existem. Ele revela que chegou a ver um papel onde a contabilidade do dinheiro distribuído aos manifestantes era feita. Segundo ele, esse papel apareceu no Facebook do Anonymous Rio e do Black Bloc porque “existem discordâncias entre os próprios ativistas”.



De acordo com Caio, a ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, foi quem passou a contabilidade para um amigo, que o colocou na rede social.



Em outro trecho do depoimento, Caio não é taxativo mas diz acreditar “que os partidos que levam bandeira são os mesmos que pagam os manifestantes”. Ele informa já ter visto “bandeiras do PSol, PSTU e Fip (Frente Independente Popular), sendo esta um dos grupos que organiza reuniões plenárias”.



Advogado ganha fama com caso de morteiro em protesto

Sob os holofotes desde que assumiu a defesa dos ativistas suspeitos de lançar o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade, da Bandeirantes, o advogado Jonas Tadeu Nunes, de 54 anos, atende os clientes numa pequena sala no segundo andar de um centro comercial no Recreio dos Bandeirantes. Vaidoso, faz questão de frisar que na relação de defendidos há jogadores de futebol e atrizes, mas se diz impedido de citar nomes, por questões éticas.



Advogado há 30 anos, Jonas é formado pela PUC de São Paulo, com especializações pela Universidade Candido Mendes. Atua na área imobiliária, civil, de família e criminal. Morador do Recreio há 23 anos, é casado e tem uma filha de 22 anos. Nas redes sociais, ele já demonstrou ser fã da apresentadora do SBT Rachel Sheherazade.



Com relação ao ex-deputado estadual Natalino Guimarães, condenado por participação numa milícia na Zona Oeste, o advogado diz ter atuado na defesa do parlamentar durante o processo de cassação do seu mandato na Alerj. Jonas admite ter sido condenado num processo por dano moral movido contra ele por um juiz, em 2000.





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