O que a imprensa não fala sobre o “risco de apagão”

Portal Plantão Brasil
5/4/2014 12:15

O que a imprensa não fala sobre o “risco de apagão”

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1183 visitas - Fonte: Tijolaço

Todo dia vocês leem sobre os graves riscos de uma “apagão” no sistema elétrico, não é?



Engraçado que as reservas nas hidroelétricas estão em 40,5% da capacidade, em nível nacional, enquanto foi preciso as reservas de São Paulo caírem abaixo de 15% para se dar atenção ao problema.



Mas 40,5% em abril não é um número preocupante?



Sim, é. Mas nada desesperador.



Porque existem elementos que não estão sendo publicados nos jornais e que vão trazer um significativo alívio para que os reservatórios do Sudeste, os mais prejudicados, se recuperem, mesmo com chuvas que seguem abaixo do padrão normal.

E, curiosamente, parte da chave para que estes fatores ocorram não está apenas na falta de chuvas, mas no excesso delas.

É que desde fevereiro está desligada, por causa das enchentes, a usina de Santo Antonio, no Rio Madeira, a quarta maior do país que, mesmo em funcionamento parcial, tinha capacidade equivalente a 3%% de todo o consumo nacional. Assim que voltar a operar, o que talvez ocorra ainda em abril, ela vai reduzir a necessidade de geração nas usinas do Sudeste, permitindo uma redução média de 4 a 5% do total produzido ali, economizando, por conseguinte, água.



Seria quase o mesmo, para você entender melhor, que inaugurar duas novas usinas nucleares como Angra I e Angra 2.



E o Rio Madeira vai dar, até maio, mais uma “gorjeta” em maio, com a entrada em operação de mais uma turbina, reduzindo a necessidade de geração termoelétrica com o acionamento da linha que leva energia ao Acre.



Ambas as usinas, aliás, feitas pelos governos Lula e Dilma, depois de o Brasil ter ficado 20 anos sem construir novas grandes hidrelétricas.



O que você leu sobre isso nos grandes jornais?

Sou capaz de apostar que nada de nada.



Nada disso faz a situação de abastecimento energético do país ser de absoluta tranquilidade, diante da maior seca que o assolou na história das últimas décadas.

Mas ela não é, como a do abastecimento de água da Grande São paulo, dramática e, salvo por milagre, irreversível a médio prazo.



O nível dos reservatórios do Sudeste, mesmo com a vazão dos rios reduzida, em março, a 60% da média – o sexto pior em 84 anos – já subiu 2% em relação ao final de fevereiro e o mesmo deve acontecer, este mês, com o segundo maior conjunto de reservatórios do país, o do Nordeste.



Compare isso com o que acontece com o Sistema Cantareira, que caiu 3,2% no mesmo período, mesmo com chuvas superiores à média.

Milagre?



Não, apenas a interligação entre os sistemas – no caso da água, das redes de distribuição – que permite aos reservatórios trabalharem em conjunto, racionalmente, de acordo com as precipitações em cada bacia hidrográfica.

Ou, para usar a palavra tão a gosto dos tucanos, planejamento.

Planejamento não torna sistema algum imune ao clima. Os torna, sim, muito mais resistentes.



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