Janaína que pediu Impeachment de Dilma por pedalada diz que não pedirá Impeachment de Temer por pedaladas

Portal Plantão Brasil
10/1/2017 17:50

Janaína que pediu Impeachment de Dilma por pedalada diz que não pedirá Impeachment de Temer por pedaladas

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Autora do pedido de impeachment fala sobre sua vida após a queda de Dilma e diz que “só uma pedalada ou só um decreto” não a faria pedir o afastamento de Michel Temer: “Não sou a ‘pedidora-de-impeachment-geral’ da União!”



Duas imagens de São Judas Tadeu, o padroeiro das causas desesperadas, enfeitam a prateleira recheada de publicações da área jurídica em um pequeno escritório nos Jardins, bairro na região central de São Paulo. “Um já era meu, o outro eu ganhei durante o impeachment”, explica a dona das estatuetas, a jurista e advogada Janaina Paschoal, autora do pedido que resultou no afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff.



Relegada a assinar a ação abaixo dos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, a paulistana Janaina Paschoal, de 42 anos de idade, é na verdade a principal responsável pelo processo que impôs um fim precoce ao mandato de Dilma. Foi também quem mais atuou – e ganhou holofotes – durante as discussões realizadas no Congresso.



Janaina chorou, esbravejou e vez ou outra até se descabelou diante dos parlamentares. Mas nega que seja uma pessoa de personalidade explosiva.











“Você acha de verdade que eu sou explosiva? Eu acho que sou uma pessoa extremamente contida. Sou tudo, menos explosiva”, defende. “Depois de todas as humilhações que eu passei… Inventaram que eu estava sendo paga, que eu era ligada a partido, que era ligada ao Michel Temer… Eu nunca vi o Michel Temer na minha vida! E com tudo isso acontecendo, eu ficava quieta”, justifica-se.



Alérgica a esmaltes e a outros produtos cosméticos, Janaina se permitiu passar um lápis de olho na manhã da última sexta-feira (6), quando recebeu a reportagem do iG no escritório que divide com duas irmãs. Na véspera, havia rejeitado a ideia de conceder a entrevista no Parque Ibirapuera, onde estaria disposta a “fiscalizar os banheiros” durante a gestão do novo prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB).



“A maioria das pessoas gosta de mim, mas tem alguns que são complicados. Não gosto de dizer com antecedência onde estarei, sabe?”, explicou a advogada na ocasião.



O receio revela um lado desconfiado da jurista, que também é dada à crença de teorias um tanto quanto conspiracionistas (Janaina cogitou que um ataque de hackers contra o portal Uol naquela sexta-feira pudesse ser uma ação de marketing do site de conteúdo pornográfico Redtube). Mas também remonta a episódios vivenciados durante e após o processo de impeachment.



Janaina foi hostilizada no saguão do aeroporto de Brasília em junho do ano passado, quando o impeachment de Dilma era discutido na comissão especial no Senado. “Vieram pra cima mesmo, foi bem físico o negócio. Eu achei que ia apanhar”, lembra a advogada, que meses depois voltaria a lidar com ‘retaliações’.



“Precisei tirar licença da faculdade logo depois que o impeachment foi aprovado. Recebi cartas complicadas, com ameaças muito pesadas mesmo”, conta Janaina, que leciona na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo. “Qualquer mortal teria abandonado o processo. Mas eu estava convicta. Não ia largar.”



E não largou.



Quatro meses após a conclusão do julgamento de Dilma, a advogada diz que está avaliando a possibilidade de escrever um livro sobre a batalha do impeachment. E garante não se arrepender de ter “dado a cara a tapa e comido o pão que o diabo amassou” durante o processo.



“Estou muito aliviada. O País está numa fase difícil e isso me preocuopa… Mas o alívio que eu sinto de não ter mais o PT no poder é algo indescritível.”



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