Produção da Petrobrás cai 10% em 2016 e gasolina sobe no governo Temer/PSDB

Portal Plantão Brasil
31/1/2017 12:09

Produção da Petrobrás cai 10% em 2016 e gasolina sobe no governo Temer/PSDB

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Jornal GGN – Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, o volume de petróleo processado pela Petrobras caiu quase 10% em 2016 na comparação com 2015, chegando a 670,068 milhões de barris, a menor quantidade em seis anos.



José Maria Rangel, Coordenador Geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), rebate as alegações da estatal e diz que a queda está relacionado com uma política de sucateamento implementada pelo governo de Michel Temer.



“Em 2016, a Petrobrás perfurou 10 poços, o menor nível de perfuração desde 1954”, critica Rangel, que também fala sobre a redução de investimentos e queda na quantidade de reservas.



Leia mais abaixo:

Da CUT



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Desde 2010, o país nunca se processou tão pouco petróleo. De acordo com a ANP (Agência Nacional de Petróleo), o volume em 2016 chegou a 670,068 milhões de barris, uma queda de quase 10% em comparação a 2015, a menor quantidade nos últimos seis anos.



A Petrobrás alega crise econômica e maior concorrência na venda de combustíveis. Mas a companhia que foi fundamental durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para vencer a crise de 2003, sob o governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB), agora puxa drasticamente o freio.







Conforme aponta o Coordenador Geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), José Maria Rangel, a queda está ligada mesmo à política de sucateamento implementada por Temer e que faz o país engatar a ré.



“Hoje temos 9,3 bilhões de barris de petróleo de reserva, a mesma quantidade que tínhamos em 2001. Em 2016, a Petrobrás perfurou 10 poços, o menor nível de perfuração desde 1954”, critica.

Com a queda no investimento especialmente na área de exploração, fica mais barato importar combustível, fator que fez a aquisição no exterior de gasolina e diesel subir 18,5% e 14,1%, respectivamente, em 2015. Além do prejuízo no caixa, o novo cenário ainda deixa o país vulnerável à volatilidade internacional.



Em entrevista ao Portal da CUT, Rangel fala sobre essas questões e aponta como isso compromete o bolso do trabalhador.



A Petrobrás aponta a crise econômica e a maior concorrência na venda de combustíveis como maiores responsáveis pela maior queda no volume de petróleo processado desde 2010. São realmente esses os

fatores?



José Maria Rangel – Na indústria de óleo e gás não tem mágica. A Petrobrás reduziu drasticamente seus investimentos, principalmente na área de exploração e isso acarreta em um custo para ela. Hoje temos 9,3 bilhões de barris de petróleo de reserva, a mesma quantidade que tínhamos em 2001, quando, coincidentemente, o Pedro Parente (atual presidente da Companhia escolhido pelo golpista Michel Temer) era presidente do Conselho de Administração da Empresa.



Em 2016, a Petrobrás perfurou 10 poços, o menor nível de perfuração desde 1954. Não tem mistério, esse cenário vai acontecer e não vislumbramos mudanças em 2017. Vai continuar reduzindo investimentos e a quantidade de reservas tende a cair.



Mas além de não ser modificado, o quadro pode ser piorado?



Rangel – Acredito que sim, porque os campos maduros, que já estão produzindo, tem um declínio natural de 10% ao ano. Obrigatoriamente, a Petrobrás tem de colocar 200 mil barris de petróleo por dia novo para suprir o que perderá normalmente. Para aumentar a produção, tem de colocar uma produção a mais e o que a gente vislumbra não é isso, prevemos que em 2017 essa curva de reservas continue caindo.



Como isso impacta a vida do brasileiro no cotidiano?



Rangel – Agora não verá impacto, mas a médio e longo prazo será uma tragédia, porque impactará a vida da Petrobrás, uma empresa de petróleo vale o que tem e ela está num processo de declínio de reservas. As grandes operadoras estão saindo mundo afora para comprar reservas e estão achando no Brasil, porque o governo brasileiro resolveu abrir o pré-sal e está se desfazendo de campos importantes como o de Carcará, vendido para a Statoil.

A médio e longo prazo, se o Brasil tiver que importar mais derivados, dependendo do preço, terá de aumentar o preço no mercado interno porque não terá mais autonomia e isso impactará no preço dos combustíveis.



Além do papel de indutor da economia, que a empresa já vem perdendo ao longo dos anos. Todos os brasileiros são a favor da Operação Lava Jato, quando prende corruptos. Agora, quando começa a penalizar empresas, também penaliza o trabalhador dessas empresas. Já temos um nível de desemprego na ordem de 22 milhões de pessoas e não tenho dúvida de que muitos são da indústria de óleo, gás ou atividades periféricas como hotelaria, comércio e prestadores de serviço para a Petrobrás, como a metalúrgica.



Quando a Petrobrás diminui seus investimentos isso tem um impacto terrível no desenvolvimento do país.

O sucateamento da empresa pode ser uma tática para justificar uma privatização?



Rangel – Não acredito que será privatizada em Bolsa de Valores, como a Vale foi, ela vai ser inviabilizada. A Petrobrás está vendendo ativos que são importantes na lógica de ser empresa integrada de petróleo, como a malha de gasoduto do Nordeste, por onde escoa a sua produção de gás. Então, acredito que esse governo ilegítimo fatiará a companhia de tal forma que vire empresa pequena.



O governo alega que sob gestão de Pedro Parente iniciou uma política de redução de preços no combustível e que isso fará a Petrobrás ganhar novo fôlego. Você acredita nisso?



Rangel – É uma vergonha quando a Petrobrás anuncia redução no preço dos combustíveis e ele mesma diz que não tem certeza se chegará ao consumidor, porque não pode garantir se distribuidores e vendedores baixarão a margem de lucro.



A empresa que pesquisa, acha, refina e entrega o combustível reduz margem de lucro, mas quem não faz nada não mexe e o cidadão não enxerga a diminuição do preço na bomba.



Fora isso, a política de redução de preços da Petrobrás é irresponsável, porque está pegando toda volatilidade do mercado internacional e trazendo para ela. Imagina se acontece uma guerra em países produtores de petróleo, como cansamos de ver, e o preço do barril salta de US$ 50 para US$ 100? Pela política atual, terá de jogar tudo no lombo do trabalhador.



A política anterior, por mais equívocos que tenha cometido, era mais justa porque pegava uma média de quatro, cinco meses para estabelecer valor, considerando flutuação do valor do barril e do câmbio.



Isso sem contar que, com a recessão atual, as pessoas estão consumindo menos combustível e também traz um prejuízo para a companhia. Se não gera caixa, não tem onde investir. E o governo ilegítimo, por sua vez, não faz sua parte que é entender a importância da Petrobrás e fazer alguns aportes necessários para que possa produzir.



Não precisávamos passar por isso, a Petrobrás tem uma série de campos a serem explorados, coisa que outras empresas não têm, tem a competência de seus trabalhadores e faz opção de deixar paradas as quatro sondas de perfuração marítima. Poderia estar explorando novos postos e fazendo novas descobertas.

O caminho deste governo ilegítimo é um equívoco completo e vamos apresentar em breve um estudo para a sociedade comprovando que essa gestão tem destruído a maior empresa do país.



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