Domingo tão histórico quanto vergonhoso em Curitiba. Federação Paranaense impede clássico que seria transmitido pelo Youtube para defender a parceira Globo. Um vexame. Mas o monopólio está ruindo…

Portal Plantão Brasil
20/2/2017 11:20

Domingo tão histórico quanto vergonhoso em Curitiba. Federação Paranaense impede clássico que seria transmitido pelo Youtube para defender a parceira Globo. Um vexame. Mas o monopólio está ruindo…

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14669 visitas - Fonte: Cosme Rímoli

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Uma tarde tão histórica quanto vergonhosa em Curitiba.



Milhares de torcedores estavam na Arena da Baixada.



Embora rivais, atleticanos e coxa-brancas se juntaram no gramado e nas arquibancadas.



Os torcedores se juntaram e xingaram a TV Globo e a Federação Paranaense de Futebol.







Os jogadores entraram em campo juntos, de mãos dadas.



E foram embora sem disputar um dos clássicos mais tradicionais do Brasil.



A história escancara o quanto o futebol deste país está amarrado à uma ditadura que dura mais de 40 anos.



O monopólio da Globo junto às Federações e CBF.



A ligação que começou na Ditadura Militar dura até hoje.



Aliás, esse 19 de fevereiro seria fundamental para o rompimento desse vínculo forçado.



E foi.



A história é tão fácil quanto revoltante.



O Campeonato Paranaense é apenas mais um torneio estadual desinteressante.



Não leva a lugar nenhum, como qualquer estadual.



Ainda mais com o Atlético Paranaense envolvido na Libertadores.



Não iria arriscar seus atletas mais importantes.



A TV Globo usa um expediente legal mas terrível para o esporte brasileiro.



Compra, não dá atenção, mas não abre mão.







Com o Brasil mergulhado na recessão, perdeu a pífia parceria da Bandeirantes.



A TV paulista nunca teve verba para ser concorrente.



Apenas aceitava pagar 25% para ter alguns estaduais, o Brasileiro e a Copa do Brasil.







Hoje em dia, nem isso.



Ou seja, a Globo reina sozinha.



E foi dentro desse espírito que propôs uma quantia irrisória a Atlético Paranaense e Coritiba. Contrato de três anos de transmissão de seus jogos. R$ 1 milhão por ano. Os dois clubes recusaram.



A Federação Paranaense tentou conciliar.



Porque é parceira da Globo na organização do torneio.



Só que a emissora carioca se recusou a pagar mais aos dois clubes.



Tinha certeza que recuariam.



Apostou que a rivalidade dos dois fariam os neurônios não funcionarem.



Mas funcionaram para desgosto da FPF e da emissora.



Dirigentes do Atlético e Coritiba se reuniram.



E combinaram que transmitiram a partida pelo Youtube.



3giulianogomesprpress Domingo tão histórico quanto vergonhoso em Curitiba. Federação Paranaense impede clássico entre Atlético e Coritiba que seria transmitido pelo Youtube. Agiu para defender a parceira Globo. Um vexame. Mas o monopólio está ruindo...



Decidiram vender as 28 placas espalhadas no estádio.



Dividiriam o que arrecadassem.



E mostrariam ao Brasil que existe vida sem a Globo.



Uma pesquisa do Tubular Insights já mostrava que, em 2014, o conteúdo de futebol foi visualizado mais de 37 bilhões de vezes no YouTube, Vine, Facebook e outras mídias sociais. Ou seja há um público ávido pelo esporte.



A transmissão seria pelos canais do Youtube do Atlético, com 18 mil inscritos, e do Coritiba, com 21 mil. A inscrição poderia ser imediata. E quem quisesse assistiria ao clássico no computador.



A transmissão deveria ser iniciada às 16h30, encerrando-se logo após o final do jogo, com sinal livre pelos dois canais dos clubes no YouTube. As coletivas, transmitidas separadamente em cada canal. O destaque da transmissão seria a presença de dois ex-jogadores, um de cada time, comentando o jogo. Pelo Coritiba, Ademir Alcantara. Do lado do Atlético, Gustavo.



A transmissão teria narrador, comentaristas e repórteres dos dois lados, além de câmeras espalhadas pelo campo e estádio.



Estava tudo certo.



Os torcedores foram para o estádio.



Com direito a tudo de bom e ruim nos clássico.



A PM do Paraná fazia a escolta das organizadas.



Houve uma briga séria com parte da torcida do Coritiba.



E um sargento atirou, matando um torcedor, menor de idade.



Tiro no peito.



O policial disse que foi sem querer.



Houve pelo menos sete outras brigas de organizadas na cidade, nos bairros Santa Cândida, Fazendinha, Portão e Cajuru, além dos municípios de Pinhais e Piraquara. Ou seja, o absurdo de todo final de semana.



Enquanto isso, os cambistas faziam a festa.



Não com ingressos.



Mas vendendo à torcida do Atlético Paranaense máscaras de Ronaldinho Gaúcho.



O Coritiba foi mais um clube que o jogador tripudiou.



Mostrou que estava disposto a atuar no Paraná.



Mas desistiu.



Preferiu ser embaixador do Barcelona.



Foi nesse clima que milhares de torcedores chegaram à Baixada da Arena.



Quando minutos antes da partida chegou a ordem da Federação Paranaense.



Não haveria o clássico.



Em uma evidente desculpa, o presidente da FPF avisou que o clássico não iria acontecer. A equipe contratada pelos clubes para a transmissão via internet não foi credenciada para trabalhar no jogo. Por isso, enquanto os profissionais permanecessem no gramado, o árbitro Paulo Roberto Alves avisou que não daria início ao confronto válido pela quinta rodada do Paranaense.



Ou seja, Helio Cury poderia até autoriza o jogo.



Mas desde que não houvesse transmissão pelo youtube.



Uma manobra para favorecer a Globo.



O medo da emissora carioca estava na repercussão do clássico.



Se o jogo acontecesse, os clubes de todo o país poderiam buscar independência. Ter no youtube o aliado para se libertar do monopólio global. A Federação Paranaense fez sua parte. E alegou que todo jornalista tem de ser credenciado 48 horas para trabalhar. E não liberaria a transmissão.



Os presidentes de Atlético e Coritiba perceberam a estratégia.



E tornaram ainda mais histórico esse domingo.



Os dois times entraram em campo de mãos dadas.



E anunciaram que não jogariam.







Domingo tão histórico quanto vergonhoso em Curitiba. Federação Paranaense impede clássico entre Atlético e Coritiba que seria transmitido pelo Youtube. Agiu para defender a parceira Globo. Um vexame. Mas o monopólio está ruindo...



Os torcedores passaram a vaiar, xingar a Globo e a Federação.



"Eu queria explicar para as duas torcidas. Atlético e Coritiba não venderam seus direitos por essa esmola que a TV Globo quiseram nos pagar. É um direito nosso. E hoje nós queremos fazer a transmissão de forma gratuita pelo Facebook e pelo youtube. A Federação Paranaense de Futebol de forma absurda não quer que o jogo enquanto a transmissão não parar. Mas nós não vamos parar. O Coritiba e o Atlético.



"Os dois clubes não venderam os seus direitos. A Federação de forma arbitrária quer que nós tiremos a nossa transmissão, não é ligada a nenhuma tevê, é uma produtora que nós contratamos. Então não vai ter jogo. Peço desculpas as duas torcidas. Os técnicos estão de acordo. Eu já recebi o telefonema do presidente [Mário Celso] Petraglia e do presidente [Rogério] Bacellar que concordam com essa decisão", escancarou o diretor de marketing do Atlético, Mauro Holzmann.



"A Federação mandou uma ordem para a arbitragem de que não pode ser feita a transmissão de dentro do campo porque existe o contrato com a Rede Globo e a Federação não permite que o jogo aconteça enquanto não for tirada do campo. Mas nós, como não temos o contrato com a Globo, fizéssemos a transmissão via Youtube. Eu dei a alternativa de fazer a transmissão de fora do campo, com os repórteres na torcida”, avisou o vice-presidente do Coritiba, José Fernando Macedo.



Nem assim.



A Federação impediu o clássico para ajudar a Globo.



Mas tudo que conseguiu foi unir os dois rivais.



Eles prometem que haverá o credenciamento dos repórteres.



E o jogo acontecerá em outra data, mostrado pelo Youtube.



Não pela Globo.



Para a emissora carioca, só há uma saída.



Aumentar e muito a proposta aos dois clubes.



De qualquer maneira, a Arena da Baixada já mostrou.



Há um caminho para se livrar do jugo da Globo.



É o youtube.



Que promete ser até mais lucrativo



Lastimável é a postura da Federação Paranaense de Futebol.



Ninguém mais é trouxa.



Ela não defendeu os principais clubes de seu estado.



E sim a emissora dona do futebol deste pais.



Parceira, sócia da CBF.



Mas a máscara caiu.



A Globo não é dona do futebol neste país.



Chega de submissão.



O Brasil aplaude a coragem de Atlético e Coritiba.



E lastima a existência da Federação Paranaense de Futebol.



O último coro das duas torcidas unidas ainda ecoa na Arena.



"Vergonha, vergonha, vergonha...



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