12281 visitas - Fonte: DCM
A matéria abaixo é do DCM, que teve acesso ao livro de Tacla Duran onde ele mostra as provas de suas acusações contra Moro.
Leia trecho:
Quando Ivan Carruta indicou uma lista de advogados curitibanos para ajudá-lo na delação, Tacla achou melhor recorrer ao escritório que o representava em Curitiba, o de Carlos Zucolotto Junior.
Em março e abril de 2016 tratou com Zucolotto. Entre os advogados sócios do escritório, havia Rosângela Maria Wolff de Quadros Moro. Segundo o que escreveu no livro, Tacla não sabia até então quem era Rosângela, nem que estava casada com Moro.
Ao contatar Zucolotto, em maio de 2016, Tacla estava nos Estados Unidos. E as conversas se davam através do aplicativo Wick, que encripta a conversa e pode ser programado para destruir as mensagens.
Na conversa, Tacla informou-se do que considerava tentativa de incriminação forçada sua, por parte de Walmir. Ao mesmo tempo, pediu para seu advogado, Leonardo Pantaleão, que levantasse informações a respeito para alimentar Zucolotto.
Segundo Tacla, Zucolotto teria começado uma negociação paralela sem seu conhecimento.
Nas mensagens que preservou das conversas com Zucolotto, ele teria revelado a intenção de receber os honorários por fora e utilizar parte do dinheiro para “pagar as pessoas que nos ajudarão com isso”.
Como Rosângela trabalhava no escritório, Tacla ponderou que seria considerado impedimento para o caso de ser julgado pelo juiz Moro.
Zucolotto teria explicado que a condição era não aparecer na linha de frente. Revelou ter bons contatos com a operação e que poderia tratar do assunto nos bastidores.
Tacla disse-lhe que, em uma das reuniões, os procuradores exigiram o pagamento de multa de 15 milhões de dólares por pagamentos ilegalmente recebidos da Odebrecht. Relatou a conversa que havia tido com Pozzobom. Na conversa, Tacla teria dito que os pagamentos da Odebrecht eram de 12,5 milhões de dólares. A diferença se devia a aplicações financeiras.
– Não vejo nenhuma razão para pagar qualquer multa, muito menos neste valor. Este é o resultado de anos de trabalho.
– Não importa, teria respondido Pozzobon. Recebestes da Odebrecht e este é um dinheiro que você tem e pode resolver seu problema aqui.
Depois de algumas prospecções, Zucolotto teria levado o seguinte diálogo com Tacla:
Carlos Zucollot – Amigo, tem como melhorar esta primeira… Não muito, mais um pouco.
Duran – Não entendi.
Zucolotto – Há uma forma de melhorar esta primeira proposta. Não muito. Está interessado?
Duran – Como seria?
Zucolotto – Meu contato conseguiria que DD entre na negociação.
Duran – Certo. E o que ele pode melhorar?
Zucolotto – Vou insistir para que troque a prisão por prisão domiciliar e reduzir a multa, ok?
Duran – Para quanto?
Zucolotto – A ideia é reduzir a um terço do solicitado. E você pagaria um terço de honorários para resolver.
Duran – Ok. Pago a você os honorários?
Zucolotto – Sim, mas por fora, porque tenho que cuidar das pessoas que ajudaram com isto. Faremos como sempre. A maior parte, você me paga por fora.
Duran – Ok.
Zucolotto – Lhe enviaremos um modelo com um valor alternativo, caso o valor no exterior esteja bloqueado. E você paga um terço em R$, quando você ver, você vai entender.
Segundo Tacla, os procuradores Pozzobon e Júlio Noronha enviaram por e-mail um modelo de acordo com as condições alteradas, como informara Zucolotto em suas mensagens.
Tacla recebeu a proposta no dia 27 de maio de 2016. Deveria estar no Brasil no dia 30 de maio (no livro, ele escreve março, mas deve ser erro de digitação) para assinar o acordo. Sozinho, em sua casa na Flórida, Tacla diz ter desistido, porque não poderia admitir os crimes que não havia cometido. Decidir não assinar nem voltar para o Brasil.
Pediu ao advogado Pantaleão para representá-lo na reunião de segunda-feira. A partir daí os procuradores encerraram as negociações.
Matéria completa: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/exclusivo-livro-de-tacla-duran-revela-os-subterraneos-da-delacao-premiada-na-lava-jato/
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