26/3/2024 14:00

STF considera que Bolsonaro buscou a imagem de "mártir" da extrema-direita ao procurar asilo na embaixada húngara

644 visitas - Fonte: PlantãoBrasil/X

Após a apreensão de seu passaporte pela Polícia Federal em fevereiro, no contexto de investigações de uma possível tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro hospedou-se na embaixada da Hungria em Brasília por dois dias. Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) interpretam essa ação como um esforço do ex-presidente para posicionar-se como um "mártir" da extrema-direita, buscando apoio internacional para combater as acusações que enfrenta no Brasil. A análise sugere que Bolsonaro procurava amplificar uma narrativa de perseguição política, vinculando-se a líderes e governos de extrema-direita globalmente, incluindo Viktor Orbán da Hungria, Javier Milei da Argentina e Donald Trump dos Estados Unidos.

Os ministros do STF veem a potencial prisão de Bolsonaro em uma embaixada como um reforço a essa narrativa, já que ele estaria protegido pela inviolabilidade do território diplomático. Além disso, a estadia de Bolsonaro na embaixada indicaria uma tentativa de usar suas conexões internacionais, particularmente com Orbán, para evitar consequências legais no Brasil.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, concedeu a Bolsonaro um prazo de 48 horas para explicar sua presença na embaixada, sinalizando que medidas mais severas, como um pedido de prisão, dependeriam de um consenso entre os ministros do tribunal. O objetivo seria assegurar que a prisão, se ocorresse, estivesse bem fundamentada e não contribuísse inadvertidamente para a alegada perseguição política de Bolsonaro.

Esta situação foi inicialmente trazida à atenção pública pelo The New York Times, que revelou o refúgio de Bolsonaro na embaixada húngara durante o Carnaval, motivado pelo receio de prisão devido às várias investigações contra ele. A decisão de Bolsonaro de buscar abrigo com o governo de Orbán, um conhecido aliado político de extrema-direita, é vista como um esforço para escapar da justiça brasileira enquanto mantém a narrativa de ser um perseguido político.

Com informações da CNN Brasil

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