16/5/2024 10:30

Enchentes expõem falhas históricas no sistema antienchente de Porto Alegre, negligenciado por prefeito

329 visitas - Fonte: Plantão Brasil

Em meio à tragédia das enchentes que devastaram Porto Alegre, a prefeitura tem enfrentado duras críticas sobre a negligência na manutenção do sistema antienchente. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o prefeito Sebastião Melo respondeu de forma evasiva, apontando problemas estruturais históricos que remontam a décadas.

"Na democracia, sempre há críticas, e muitos que criticam agora talvez não tenham falado nada durante 30 ou 20 anos. O sistema de contenção de cheias de Porto Alegre foi concebido na década de 1960, após a enchente de 1941, que foi profundamente superada pela atual", disse Melo.

Ele mencionou falhas significativas em três diques principais: o do Gravataí, o da zona norte próximo à Arena do Grêmio e o do Gasômetro. "São diques de 1967. As casas de bomba, que puxam a água da enchente, têm sistemas elétricos que foram afetados pelo nível do lago que chegou a 5,37 m", destacou, mostrando que as infraestruturas atuais não são suficientes para enchentes dessa magnitude.

Melo enfatizou que a responsabilidade pela manutenção do sistema antienchente não é exclusiva de sua administração. "Desde a redemocratização, tivemos dez prefeitos, fora aqueles de 1970 a 1985, totalizando uns 13 prefeitos. Uns fizeram mais manutenção, outros menos. Hoje, vejo pessoas da oposição, que governaram a cidade por 16 anos sem fazer manutenção, criticando o governo", defendeu-se.

Apesar das críticas, o prefeito afirmou que está focado em soluções de longo prazo, incluindo um plano de R$ 5 bilhões para resolver o problema de Porto Alegre. "Temos que ter um grande plano. Isso não é apenas por causa da crise atual, é um tema em que trabalho há muito tempo. Precisamos começar com uma discussão sobre R$ 5 bilhões para resolver o problema de Porto Alegre", afirmou, enfatizando a necessidade de uma governança metropolitana devido à contribuição dos rios vizinhos para as enchentes na cidade.

"É um debate necessário, mas no momento, preciso salvar vidas e reconstruir a cidade. Na reconstrução, precisamos fazer diferente do que foi feito antes. Estou aberto a esse debate, sem politização, mas quero resolver o problema e não vou politizar essa discussão agora", concluiu o prefeito.

Com informações do Brasil 247

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