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O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo nesta quarta-feira (23) após ser um dos alvos da operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal. A investigação revelou um escândalo bilionário de cobranças indevidas em aposentadorias e pensões, envolvendo convênios firmados com entidades associativas. A ação, que ocorreu em 13 estados e no Distrito Federal, apura fraudes estimadas em R$ 6,3 bilhões, com prejuízo direto a milhões de beneficiários.
De acordo com a PF, o esquema se desenrolava desde 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, e consistia na realização de descontos sem autorização, sob pretextos como serviços de assistência, seguros e planos de saúde. As cobranças eram realizadas diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas, que passaram a acionar a Justiça ao perceberem os valores sumindo de seus benefícios.
A operação cumpriu 211 mandados de busca e apreensão, seis de prisão preventiva e determinou o afastamento de seis servidores do INSS, além do bloqueio de bens que ultrapassam R$ 1 bilhão. A sede do INSS em Brasília também foi alvo da ação, apontando a participação direta de servidores públicos e representantes das entidades no esquema fraudulento.
Embora o esquema tenha começado durante o desgoverno de Jair Bolsonaro, que permitiu a multiplicação desses convênios, ele continuou nos primeiros meses da atual gestão. Diante das denúncias, o governo do presidente Lula tomou providências: exonerou o então diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, e iniciou uma reestruturação dos convênios com entidades.
A Polícia Federal identificou que os envolvidos agiam em conluio para aplicar os descontos sem consentimento, ferindo frontalmente os direitos dos segurados. A investigação também aponta o uso do sistema de consignação como instrumento para fraudes institucionalizadas, favorecendo lucros ilegítimos de associações e operadores ligados ao antigo governo.
Com informações do Brasil 247
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