24/4/2025 18:20

Coletes reprovados são aprovados após "jeitinho" no governo Tarcísio

1980 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O governo de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), está no centro de mais uma polêmica após a Polícia Militar adquirir 17 mil coletes à prova de balas por R$ 33,6 milhões. Um dos modelos aprovados foi reprovado em teste balístico, tendo sido totalmente perfurado, o que viola as regras previstas no edital. Ainda assim, a gestão autorizou que a fornecedora francesa Protecop reapresentasse uma nova amostra, o que não foi permitido às concorrentes.

A manobra para beneficiar a Protecop — representada no Brasil por Victor Hugo Acuña Muñoz — causou indignação entre as outras empresas. A justificativa da PM foi que se trata de um “teste destrutivo” e que o colete cumpre padrões nacionais e internacionais. No entanto, o edital deixava claro que uma única perfuração seria suficiente para desclassificar o produto.

Documentos públicos confirmam que a primeira amostra da Protecop foi oficialmente reprovada no dia 21 de novembro de 2023. A Coplatex, que ficou em primeiro lugar inicialmente, foi desclassificada por falha em teste de flexibilidade e não teve direito de reapresentar o material. A terceira colocada, Inbra, também teve pedido de reconsideração negado, e os recursos de outras concorrentes contra o favorecimento à Protecop foram ignorados.

Mesmo diante das falhas, o governo paulista publicou uma nota institucional para defender a compra. O coronel Emerson Massera, porta-voz da PM, alegou que os novos coletes trazem “ganhos em conforto e ergonomia” e que seguem as normas do Exército Brasileiro e padrões internacionais — ignorando a controvérsia sobre o teste balístico fracassado.

A Polícia Militar também admitiu, em nota ao Estadão, que autorizou nova amostra devido ao caráter destrutivo dos testes. Mas omitiu que essa “flexibilização” foi seletiva, beneficiando apenas a empresa escolhida. Enquanto isso, policiais continuam revezando coletes vencidos por causa do atraso na entrega dos novos equipamentos.

Mais uma vez, Tarcísio de Freitas mostra que sua gestão opera em total falta de transparência, favorecendo interesses privados em detrimento da segurança de servidores e da lisura nos processos públicos. A prioridade, claramente, não é o bem-estar da tropa, mas os acordos de bastidor que marcam sua aliança com grupos econômicos poderosos.

Com informações do DCM

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