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A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, nesta sexta-feira (30), restabelecer a prisão preventiva do delegado Allan Turnowski, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, acusado de integrar uma organização criminosa ligada ao jogo do bicho. A decisão anula uma liminar de Kassio Nunes Marques, concedida em 2022, que havia revogado a prisão. O relator do caso, ministro Edson Fachin, afirmou que há indícios suficientes da participação de Turnowski em crimes graves que atentam contra a ordem pública.
Os ministros Gilmar Mendes e André Mendonça seguiram o voto de Fachin, enquanto Nunes Marques e Toffoli votaram contra a prisão. A defesa de Turnowski anunciou que irá recorrer ao STF por meio de embargos de declaração e novo habeas corpus, alegando omissões no julgamento e destacando o cumprimento de medidas alternativas e a paralisação do processo há quase um ano.
Turnowski havia sido preso em 2022, durante a campanha eleitoral em que concorria a deputado federal pelo PL. Na ocasião, gravou um vídeo alegando perseguição política e ameaçou membros do Ministério Público, dizendo que, como deputado, "o jogo iria virar". As declarações escancararam a arrogância de quem se sentia blindado pela política para escapar da Justiça.
Segundo o Ministério Público, o delegado agia dissimuladamente, repassando informações sigilosas do bicheiro Rogério Andrade para seu rival, Fernando Iggnácio, com ajuda de outros agentes, como os delegados Maurício Demétrio e Marcelo Araújo. As investigações revelam que essa estrutura beneficiava diretamente Iggnácio, assassinado em 2020. Rogério Andrade continua sendo figura central no esquema criminoso.
Ainda que Turnowski não apareça diretamente nos diálogos sobre um plano para matar Rogério Andrade, mensagens de Maurício Demétrio indicam que ele tinha conhecimento da trama. O caso segue em tramitação e reforça o envolvimento de figuras da segurança pública com o submundo da contravenção no Rio de Janeiro.
Com informações do DCM
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