17/5/2025 15:58

Moraes ignora manobra da defesa de Bolsonaro e mantém depoimentos sobre plano golpista

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para suspender os depoimentos de testemunhas no processo que apura a tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. Moraes afirmou que as novas provas adicionadas ao processo não alteram o conteúdo da denúncia já aceita pela Corte, desarmando mais uma estratégia de obstrução da defesa bolsonarista.

A alegação de Bolsonaro era de que precisava de mais tempo para analisar o material, mas Moraes foi direto ao afirmar que os documentos “em nada alteraram os fatos imputados” ao ex-mandatário. O cronograma das oitivas, portanto, está mantido e começa na próxima segunda-feira (19), com depoimentos de testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República.

Entre os primeiros nomes a serem ouvidos estão os ex-comandantes militares Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Almeida Baptista Junior (Aeronáutica), que já haviam relatado à Polícia Federal que Bolsonaro apresentou a eles uma proposta para subverter o resultado das eleições. Também estão na lista figuras próximas ao ex-presidente, como o ex-ministro da Economia Paulo Guedes, o governador bolsonarista de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e os senadores Hamilton Mourão, Ciro Nogueira e Rogério Marinho.

A delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid continua sendo peça-chave no inquérito. Na quarta-feira (22), serão ouvidos nomes citados por Cid, entre eles o general Júlio Cesar de Arruda, que chegou a assumir o comando do Exército no governo Lula. As revelações de Cid reforçam a narrativa de que o plano golpista contava com articulação militar e respaldo da alta cúpula bolsonarista.

A decisão de Moraes reafirma a seriedade com que o Supremo vem tratando os ataques à democracia. Ao ignorar a manobra da defesa, o ministro preserva o ritmo da apuração e evidencia o compromisso do Judiciário com a responsabilização dos responsáveis por um dos episódios mais graves da história recente do Brasil.

Bolsonaro já é réu no STF por tentativa de golpe de Estado e, com o avanço das investigações, aumenta a possibilidade de que novos envolvidos sejam formalmente acusados. O Judiciário, liderado por Moraes e com apoio da PGR, segue firme no enfrentamento da extrema-direita golpista que ainda tenta desestabilizar as instituições democráticas do país.

Com informações do jornal O Globo

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