18/5/2025 10:47

Moraes inicia ofensiva final contra Bolsonaro com oitivas de generais e ministros

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O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (19) uma etapa decisiva no processo que apura a tentativa de golpe de Estado liderada por Jair Bolsonaro e seu círculo militar e político. Serão ouvidas 81 testemunhas ao longo de várias semanas, numa maratona de depoimentos que expõe o envolvimento direto de generais, ex-ministros e aliados do ex-presidente em uma operação para sabotar o resultado das eleições de 2022.

Entre os convocados estão o senador bolsonarista Hamilton Mourão, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ex-ministro da Economia Paulo Guedes, além de três ex-comandantes das Forças Armadas e o atual chefe da Marinha. A maioria dos depoimentos será conduzida por juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF, que já desmantelou outras manobras da defesa para tentar atrasar a investigação.

Os primeiros a depor serão os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, Marco Antônio Freire Gomes e Carlos Baptista Junior, que já confirmaram à Polícia Federal que Bolsonaro tentou convencê-los a apoiar um decreto golpista. A expectativa é que os depoimentos reforcem as provas já reunidas, especialmente após a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que revelou o plano articulado com militares para impedir a posse de Lula.

Outros nomes bolsonaristas que serão ouvidos incluem o ex-ministro Anderson Torres, os senadores Ciro Nogueira e Rogério Marinho e o general Braga Netto, candidato a vice na chapa golpista. A defesa tenta agora usar os depoimentos para colocar sob suspeita o sistema eletrônico de votação, estratégia que já foi desmoralizada por especialistas e pelo próprio TSE.

O cronograma inclui também testemunhas do chamado “núcleo técnico” da ofensiva contra a democracia, como o coronel Wagner Oliveira da Silva, ligado ao Ministério da Defesa, e o ex-secretário do TSE Giuseppe Janino. Mesmo após pedidos de adiamento, Moraes manteve o andamento normal da ação, impedindo que a extrema-direita contamine o processo com tentativas de obstrução.

Encerrada a fase de oitivas, os réus — incluindo Bolsonaro — serão intimados a prestar depoimento. O Supremo reafirma seu papel como pilar da democracia brasileira, mesmo sob ataques e ameaças dos que tentaram subverter a vontade popular nas urnas.

Com informações do jornal o globo

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