19/5/2025 12:44

STF pode dobrar número de militares réus por trama golpista de Bolsonaro

605 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O Supremo Tribunal Federal julga nesta terça-feira (20) mais uma denúncia envolvendo o núcleo militar bolsonarista que tentou impedir a posse do presidente Lula em 2023. Com a nova acusação, o número de militares processados pode saltar de 12 para 23. O grupo é apontado pela Procuradoria-Geral da República como responsável por coordenar ações golpistas contra a democracia.

Esse chamado “núcleo de ações táticas” inclui o policial federal Wladimir Matos Soares e 11 integrantes do Exército, entre eles os conhecidos “kids pretos”, grupo que ganhou notoriedade por seu alinhamento radical com o bolsonarismo. A acusação sustenta que eles monitoraram autoridades e tentaram coagir o Alto Comando do Exército a aderir ao plano criminoso.

As investigações revelam que os acusados redigiram cartas e organizaram mobilizações para pressionar a cúpula das Forças Armadas. O objetivo era manter Jair Bolsonaro no poder a qualquer custo, mesmo após a derrota eleitoral, atropelando a legalidade e a vontade soberana do povo brasileiro.

Mensagens obtidas pela Polícia Federal mostram o nível de radicalização: Wladimir Soares chegou a xingar o general Hamilton Mourão, ex-vice-presidente, e o general Valério Stumpf Trindade, ex-chefe do Estado-Maior do Exército, chamando-os de “filhos da puta” por não apoiarem o golpe.

Entre os alvos da nova denúncia, está o general de duas estrelas Nilton Diniz Rodrigues, que, segundo a PGR, participou de encontros estratégicos para pressionar a cúpula do Exército. A defesa de Rodrigues diz confiar na justiça da Corte e nega envolvimento, baseando-se em declarações de Mauro Cid. Já a defesa de Soares não se pronunciou.

Na véspera do julgamento, a Polícia Federal enviou novas provas ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, aumentando ainda mais a tensão entre os acusados. O STF poderá agora dar um passo decisivo contra militares que traíram seu juramento à Constituição para servir a um projeto autoritário.
Com informações do DCM

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