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A estatal chinesa GAC Motor anunciou que o Brasil será a base estratégica de sua atuação na América Latina. Em entrevista, o CEO da empresa, Wei Haigang, detalhou o investimento de US$ 1,3 bilhão e o compromisso com a produção local, pesquisa tecnológica e geração de empregos. A montadora, ligada ao governo da província de Guangdong e ao Partido Comunista Chinês, lançará cinco modelos no mercado brasileiro — quatro elétricos e um híbrido — ainda em 2025.
Wei foi recebido pelo presidente Lula em audiência oficial, tornando-se o primeiro executivo chinês do setor automotivo a ser recebido pelo chefe de Estado brasileiro. A reunião reforça o compromisso do governo Lula com a industrialização verde, inclusão tecnológica e parcerias estratégicas com nações do Sul Global. A montadora pretende montar os veículos no Brasil em parceria com a HPE Automotores, em Catalão (GO), e estuda abrir um centro de Pesquisa e Desenvolvimento no Nordeste.
Inicialmente, os carros chegarão importados da China, com previsão de 7 mil unidades comercializadas até o fim de 2025, gerando cerca de 7 mil empregos diretos e indiretos. A GAC já montou uma estrutura de pós-venda com centro de peças em São Paulo e quer trabalhar com universidades brasileiras para desenvolver motores híbridos flex adaptados ao etanol.
A chegada da GAC ocorre em meio à pressão da indústria nacional por maior taxação de carros importados. O CEO afirmou que a empresa está ciente do cenário e vai antecipar a produção local como resposta. Ele também destacou que a tensão comercial entre China e EUA fortaleceu laços com o Brasil e países do Sul Global.
A GAC quer se posicionar como marca premium, investindo também em infraestrutura de recarga para carros elétricos. Estão previstos pontos de recarga rápida em concessionárias e parcerias com empresas locais. A montadora se comprometeu a apoiar o programa Mover e a COP-30, com foco em sustentabilidade e inovação na indústria automotiva.
Além do mercado, a GAC quer promover intercâmbio cultural e esportivo. Wei presenteou Lula com a camisa oficial do clube chinês Guangdong GZ-Power e declarou que a empresa quer ser um símbolo da amizade China-Brasil. “Queremos oferecer produtos de alta qualidade e mudar a percepção sobre os carros chineses”, afirmou.
Com informações do Brasil 247
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