21/5/2025 12:59

PGR passa pano e Moraes reage: “Se mentiu, diga que mentiu”

1898 visitas - Fonte: Plantão Brasil

Ministros do Supremo Tribunal Federal demonstraram incômodo com a atuação passiva do procurador-geral da República, Paulo Gonet, durante o depoimento do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, prestado na última segunda-feira (19). O depoimento faz parte da ação penal que investiga a tentativa de golpe articulada por Jair Bolsonaro e seus aliados ao final de seu governo.

Nos bastidores do STF, a avaliação é que Gonet falhou em confrontar adequadamente a narrativa do general, que tentou suavizar os indícios de conspiração militar contra a democracia. Diante das respostas evasivas, o ministro Alexandre de Moraes precisou intervir, advertindo Freire Gomes sobre as consequências legais de omitir informações e mentir em juízo. “Se mentiu para a Polícia Federal, tem que dizer que mentiu para a polícia”, afirmou Moraes com firmeza.

O constrangimento aumentou quando o general se recusou a comentar a conduta do então comandante da Marinha, Almir Garnier, que teria demonstrado apoio explícito às intenções golpistas de Bolsonaro. Freire Gomes alegou não poder interpretar o significado de declarações do colega, o que levou Moraes a interromper a sessão e adverti-lo formalmente.

Embora alguns ministros tenham elogiado a denúncia apresentada por Gonet, a condução do interrogatório deixou a desejar para parte significativa da Corte. Já advogados de investigados comemoraram a fragilidade do PGR na audiência, pois consideraram que sua postura beneficiou os réus ao evitar confrontos diretos e deixar perguntas sem aprofundamento.

A audiência terminou com Moraes reafirmando a importância de se esclarecer completamente os fatos. Ele perguntou diretamente se Freire Gomes mantinha a versão dada anteriormente à Polícia Federal, sobre Bolsonaro ter consultado os comandantes das Forças Armadas sobre uma ruptura institucional. O general confirmou sua declaração anterior, e a sessão foi encerrada.

A atuação hesitante do procurador-geral contrasta com o trabalho firme de Moraes no combate ao golpismo. Enquanto parte da elite militar tenta blindar seus integrantes, o STF segue comprometido com a responsabilização de quem tentou destruir a democracia brasileira.

Com informações do DCM

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