21/5/2025 15:17

General ameaçou prender Bolsonaro se golpe fosse adiante, confirma brigadeiro

1939 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O ex-comandante da Força Aérea Brasileira, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, confirmou nesta semana, em depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que Jair Bolsonaro promoveu uma reunião sobre a minuta golpista em 2022 e ouviu de um dos chefes militares uma advertência direta: se tentasse levar o plano adiante, seria preso. A advertência partiu do então comandante do Exército, general Freire Gomes.

Segundo Baptista Júnior, Freire Gomes, com firmeza e serenidade, deixou claro a Bolsonaro que uma ruptura institucional levaria à sua prisão. “Ele disse: ‘Se fizer isso, vou ter que te prender’. Foi calmo, mas foi direto”, declarou o brigadeiro. Em depoimento anterior à Polícia Federal, ele já havia relatado o episódio e reafirmou que não aceitaria qualquer aventura golpista para manter Bolsonaro no poder.

Durante a audiência no STF, o ex-comandante também confirmou que o almirante Almir Garnier, da Marinha, não estava em sintonia com os demais chefes militares e demonstrava postura dúbia. Além disso, Baptista Júnior declarou que Bolsonaro foi sim informado da lisura das eleições de 2022 por seu então ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira, desmontando mais uma farsa propagada pelo bolsonarismo.

A defesa de Garnier tentou desacreditar o depoimento, mas o brigadeiro reafirmou com convicção que Freire Gomes deixou claro que prenderia Bolsonaro caso ele atentasse contra a democracia. “Isso não se esquece”, enfatizou, reforçando a gravidade da situação.

Baptista Júnior também revelou que Bolsonaro tentou adiar a divulgação de um relatório que atestava a total confiabilidade das urnas eletrônicas, tentando esconder a verdade da população. O documento, elaborado pelo próprio Ministério da Defesa, contrariava o discurso golpista e era uma peça-chave contra a narrativa fraudulenta da extrema direita.

O depoimento do brigadeiro reforça o que já está evidente: Jair Bolsonaro tentou, sim, subverter o processo democrático e só não avançou graças à resistência de setores institucionais que se mantiveram fiéis à Constituição.

Com informações do DCM

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