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Conversas encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid pela Polícia Federal escancaram a proximidade e o envolvimento direto de Jair Bolsonaro com os bastidores das investigações que miram os crimes de seu governo. As mensagens, trocadas entre dezembro de 2022 e maio de 2023, período em que Cid já estava sob investigação, confirmam que o ex-ajudante de ordens agia como aliado ideológico e assessor informal de Bolsonaro, ultrapassando suas atribuições institucionais.
Os registros, mantidos até agora sob sigilo e acessados no aparelho de Cid, mostram que ele não apenas informava Bolsonaro sobre o avanço das investigações, como tentava blindá-lo de qualquer responsabilidade. Em 30 de janeiro, por exemplo, Cid alertou Bolsonaro sobre uma matéria que revelava que a PF o investigava. Bolsonaro respondeu com naturalidade, dizendo que a tentativa era encontrar algo contra ele, mas que "não pegaram nada".
Outro trecho gravíssimo das mensagens envolve o escândalo das joias sauditas. Cid informou Bolsonaro que estava organizando documentos para justificar, falsamente, que as joias retidas pela Receita Federal se destinavam ao acervo presidencial. Bolsonaro, que tem tentado se desvincular do caso, aparece nos registros como diretamente interessado na recuperação dos objetos de alto valor.
Quando uma reportagem antecipou que Cid diria à PF que tentara reaver as joias por ordem de Bolsonaro, o então presidente se comunicou com o tenente-coronel. Em resposta, Cid tentou acalmar o chefe, prometendo não responsabilizá-lo. A tentativa de blindagem, agora exposta, reforça o elo entre Bolsonaro e o caso que pode incriminá-lo por tráfico de presentes recebidos em função do cargo.
A descoberta dessas conversas joga luz sobre o verdadeiro papel de Mauro Cid no núcleo bolsonarista: não apenas um assessor militar, mas um operador político que participou ativamente dos esforços para proteger Bolsonaro de investigações. As mensagens são mais uma peça-chave nas apurações que desvendam os esquemas de corrupção, obstrução de Justiça e abuso de poder durante o governo anterior.
Veja a troca de mensagens:
Com informações do DCM
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