23/5/2025 16:41

Minuta golpista existiu, e Mourão sabia. Nova contradição derruba narrativa bolsonarista

702 visitas - Fonte: Plantão Brasil

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, o senador Hamilton Mourão afirmou que Jair Bolsonaro estava pronto para entregar o governo ao presidente eleito Lula no fim de 2022 e negou ter discutido qualquer medida golpista. Segundo ele, todas as conversas com Bolsonaro giraram em torno da transição e da normalidade institucional. Mourão também disse que entrou em contato com Geraldo Alckmin após o segundo turno para iniciar a transição.

Apesar da narrativa conciliadora, Mourão não participou da cerimônia de posse de Lula, no dia 1º de janeiro, e Bolsonaro fugiu do país um dia antes. O ex-vice-presidente alegou que ofensas que recebeu nas redes por não apoiar o golpe partiam de “grupos do pântano digital” e não de colegas militares.

Entretanto, o jornal Financial Times revelou que Mourão demonstrou preocupação com a possibilidade de um golpe ainda em julho de 2022, durante um encontro com investidores em Nova York. Em conversa reservada com o ex-embaixador americano Thomas Shannon, Mourão teria admitido: “Também estou preocupado”.

O senador buscou transmitir publicamente confiança nas instituições e nas Forças Armadas, mas nos bastidores indicava apreensão com os rumos do bolsonarismo. A preocupação se dava num momento em que os Estados Unidos, sob o governo Biden, alertavam o Brasil sobre possíveis reações diante de qualquer tentativa de ruptura democrática.

A fala de Mourão também entra em contradição com depoimento do ex-comandante da FAB, Carlos Baptista Júnior, que confirmou ter participado de reuniões em que foi apresentada a chamada "minuta golpista" aos chefes das Forças Armadas, mostrando que a conspiração golpista teve sim respaldo em setores militares.

Com informações do DCM

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