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Durante a celebração do aniversário da Revolução de Maio, neste sábado (25), o arcebispo de Buenos Aires, Jorge García Cuerva, fez um forte pronunciamento contra as políticas neoliberais do presidente ultradireitista Javier Milei. A homilia, feita na presença do próprio presidente argentino, denunciou a exclusão social provocada pelo brutal ajuste fiscal implementado desde o fim de 2023.
“Nosso país está sangrando. Tantos irmãos e irmãs que sofrem marginalização e exclusão”, afirmou o arcebispo, mencionando aposentados, pobres e jovens vítimas do narcotráfico. Ele alertou que os aposentados vivem há anos com feridas abertas, sem acesso digno a alimentos e medicamentos, e cobrou da sociedade e do governo ações imediatas.
A crítica ecoa o crescente descontentamento popular diante da política econômica de Milei, que impôs cortes severos em áreas sociais, afetando diretamente os mais vulneráveis. Protestos de aposentados vêm sendo reprimidos semanalmente com violência, enquanto o governo aprofunda medidas autoritárias.
García Cuerva também alertou sobre o clima de ódio estimulado nas redes sociais por integrantes do próprio governo. “Já passamos de todos os limites. A desqualificação e a agressão se tornaram comuns”, disse, num recado direto ao estilo de comunicação de Milei, conhecido por ofender jornalistas, opositores e até aliados.
O presidente argentino, ao entrar na Catedral, sequer cumprimentou a vice-presidente Victoria Villaruel e o prefeito de Buenos Aires, Jorge Macri, escancarando a crise política interna de sua gestão marcada por arrogância e isolamento.
A homilia do arcebispo reforça o papel da Igreja como voz crítica contra o projeto ultraliberal de Milei, que tem aprofundado o sofrimento do povo argentino em nome de um suposto equilíbrio fiscal. Enquanto o país afunda em desigualdade e violência institucional, a denúncia da Igreja revela que a crise argentina é, sobretudo, moral.
Com informações da Reuters
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