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Durante audiência da ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado articulada por Jair Bolsonaro e seus cúmplices, o ministro Alexandre de Moraes repreendeu uma testemunha de defesa ao interromper uma fala que fugia dos fatos do processo. Antônio Ramirez Lorenzo, ex-secretário-executivo de Anderson Torres no Ministério da Justiça, afirmou que sua visão sobre os atos golpistas de 8 de janeiro teria sido diferente se não tivesse atuado na pasta, o que provocou a intervenção firme de Moraes: “Responda os fatos. Se o senhor acha ou não que teve golpe, não é importante para a Corte”.
Lorenzo, que também ocupou o cargo de chefe de gabinete de Torres, foi arrolado como testemunha de defesa do ex-ministro bolsonarista, que é réu por envolvimento direto nos ataques golpistas contra a democracia brasileira. O julgamento conduzido pelo STF representa um passo decisivo para responsabilizar os organizadores da intentona bolsonarista.
Além de Lorenzo, outras quatro testemunhas devem ser ouvidas na defesa de Anderson Torres: Gustavo Henrique Dutra, Márcio Phurro, Jorge Henrique da Silva e Rosivan Correia de Souza. Moraes tem conduzido com rigor a fase de oitivas, que busca esclarecer a atuação de cada envolvido na tentativa de ruptura institucional.
A Procuradoria-Geral da República identificou Torres como peça-chave no “Núcleo 1”, grupo central da trama golpista. Nessa mesma estrutura estão figuras conhecidas do bolsonarismo, como Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos, Augusto Heleno, Braga Netto, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e o próprio Bolsonaro, que tentou se manter no poder desrespeitando a vontade popular expressa nas urnas.
A ação penal conta com 82 testemunhas previstas. Até agora, 38 já foram ouvidas, dez desistiram e duas optaram por enviar declarações por escrito. Restam 32 para prestar depoimento. O julgamento avança com firmeza e mostra que a democracia brasileira está reagindo com seriedade às ameaças golpistas.
Com informações do DCM
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