28/5/2025 11:38

Defesa de Torres tenta distorcer fatos e ouve lição de Moraes

462 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O depoimento de uma das testemunhas de defesa de Anderson Torres no Supremo Tribunal Federal acabou expondo o esforço desesperado para desvincular o ex-secretário de Segurança Pública do DF do fracasso deliberado na contenção dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O tenente-coronel Rosivan Correia de Souza, da PMDF, afirmou que a corporação não estaria subordinada, mas apenas “vinculada” à Secretaria de Segurança, em clara tentativa de blindar Torres.

A declaração causou estranheza e foi prontamente questionada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e pelo ministro Alexandre de Moraes, que ironizou ao perguntar se o secretário seria uma "rainha da Inglaterra". Rosivan, pressionado, acabou admitindo que a tal “vinculação” seria uma forma de subordinação, reconhecendo na prática o que tentava negar formalmente.

Rosivan participou da reunião de planejamento da segurança para o 8 de janeiro, dois dias antes da invasão golpista, integrando o fluxo de inteligência do chamado Protocolo de Ações Integradas. Apesar disso, tentava descolar a responsabilidade da PMDF e de Torres pela omissão criminosa diante dos ataques aos Três Poderes.

Torres é um dos réus do “núcleo 1” da trama golpista, grupo central denunciado pela PGR por tentar depor, com violência e ameaça, um governo democraticamente eleito. Segundo Gonet, desde 2021 Torres integrava a organização criminosa liderada por Jair Bolsonaro, tendo contribuído com desinformação sobre o sistema eleitoral.

A denúncia também aponta que Torres e outros agentes de segurança descumpriram deliberadamente seus deveres, omitindo-se de compartilhar informações cruciais que poderiam ter evitado os ataques. A omissão, segundo a acusação, foi dolosa e coordenada com os objetivos do plano golpista.

Apesar de negar as acusações, Torres segue na mira da Justiça, com depoimentos e contradições de testemunhas revelando o papel ativo — ou convenientemente passivo — que teve na tentativa de golpe. As audiências são conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes e seguem revelando os bastidores do ataque mais grave à democracia brasileira desde a redemocratização.

Com informações do Metrópoles

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