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Durante coletiva em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu compromisso com o multilateralismo e defendeu o acordo entre Mercosul e União Europeia como símbolo de cooperação global. Lula destacou que, após a Segunda Guerra Mundial, o mundo evoluiu graças ao multilateralismo e que o pacto comercial representa um avanço contra o unilateralismo. Ele relatou ter apelado diretamente ao presidente francês Emmanuel Macron pela assinatura do acordo, afirmando que Brasil e França são parceiros estratégicos.
Lula informou que o tratado envolve 722 milhões de pessoas e um PIB combinado de US$ 22 trilhões. Assumindo a presidência temporária do Mercosul em julho, ele disse estar determinado a garantir a assinatura do acordo com consenso. Segundo ele, não se trata de impor, mas de buscar um entendimento em que todos ganhem. O presidente também ressaltou que o Brasil está aberto ao diálogo com a França, minimizando os impactos no setor agrícola europeu.
O presidente brasileiro rejeitou a ideia de que o agronegócio brasileiro representa ameaça ao pequeno agricultor francês. Lula explicou que a maioria das propriedades no Brasil são pequenas e não integram o grande agronegócio exportador, sendo inclusive complementares à produção europeia. Ele também afirmou que o comércio deve ser uma via de mão dupla: “Vamos continuar comprando vinho, queijo e champanhe da França”.
O acordo, tecnicamente fechado em 2024, ainda depende de etapas formais como revisão legal, tradução e ratificação. Lula ressaltou que, com a União Europeia sendo o segundo maior parceiro comercial do Brasil, o pacto impulsionará a indústria brasileira e atrairá novos investimentos. Hoje, a UE responde por quase metade do investimento estrangeiro direto no país.
Encerrando a entrevista, Lula disse estar confiante na superação da resistência francesa. Ele apostou que, na COP30, ao lado de Macron e cercado pela floresta amazônica, a beleza do Brasil ajudará a convencer o presidente francês: “Quando ele estiver embaixo de uma árvore de 30 metros, vai fazer o acordo”.
Com informações do Brasil247
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