10/6/2025 10:32

Mauro Cid é obrigado a encarar Bolsonaro após tentativa de fugir de audiência

428 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e delator da suposta tentativa de golpe, para se ausentar das audiências de interrogatório dos demais réus no inquérito que investiga a crise institucional após as eleições de 2022. Entre os convocados, está o próprio Bolsonaro.

A defesa de Cid argumentou que ele já prestou seu depoimento e não teria mais nada a esclarecer, além de se comprometer a colaborar novamente se fosse convocado de forma pontual. No entanto, Moraes considerou o pedido inaceitável e destacou que a presença de Cid nas audiências é essencial para garantir os direitos de defesa dos demais acusados. Segundo o ministro, não cabe ao réu decidir como se dará a condução do processo.

Durante seu depoimento inicial, Mauro Cid reforçou a acusação de que Jair Bolsonaro e o general Walter Braga Netto estariam no centro das articulações para tentar manter o então presidente no poder, mesmo após sua derrota nas urnas. Ele relatou à Justiça os detalhes da suposta trama e o envolvimento de outras figuras militares e civis no plano.

A negativa de Moraes expõe mais uma vez a condução autoritária de um processo judicial que, para muitos, se afasta das garantias constitucionais e fere o devido processo legal. O ministro afirmou que a participação dos réus em todas as etapas do inquérito representa um instrumento essencial da ampla defesa e do contraditório — princípios que, ironicamente, parecem ser invocados apenas quando convenientes ao tribunal.

Apesar do teor grave das acusações e da exposição pública, Mauro Cid foi visto cumprimentando Jair Bolsonaro e prestando continência aos generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira na audiência realizada na última segunda-feira (9), gesto que causou desconforto em alguns setores da oposição, mas que pode indicar a complexidade dos vínculos entre os investigados.

Com informações do Brasil 247

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