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Durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira confirmou nesta terça-feira (10) que alertou Jair Bolsonaro sobre a gravidade de cogitar medidas autoritárias para reverter o resultado das eleições de 2022. Segundo Nogueira, o aviso foi feito após uma reunião no Palácio da Alvorada, em 7 de dezembro daquele ano, quando o então presidente demonstrava intenções golpistas ao discutir decretos de estado de defesa e de sítio.
O ex-ministro relatou que, após a reunião, abordou pessoalmente Bolsonaro para alertá-lo sobre a seriedade de qualquer tentativa de ruptura institucional. Participaram também do encontro os ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Marinha, Almir Garnier Santos — ambos nomes que apareceram nas investigações como cientes das movimentações do núcleo bolsonarista.
Durante a conversa, Bolsonaro teria apresentado o que chamou de “considerandos”, demonstrando insatisfação com a derrota nas urnas e insinuando que haveria justificativa para medidas de exceção. A atitude reforça o que já é apontado pela Procuradoria-Geral da República: que Bolsonaro articulou, ao lado de seus auxiliares militares, uma tentativa de golpe para se manter no poder.
Paulo Sérgio afirmou que o clima da reunião era de uma “tempestade de ideias”, deixando claro que o entorno de Bolsonaro cogitava seriamente a subversão da ordem constitucional. A fala do ex-ministro soma-se a uma série de depoimentos e provas que indicam que o golpe não foi uma ideia isolada, mas uma construção deliberada no núcleo do governo derrotado.
As revelações deixam Bolsonaro ainda mais encurralado judicialmente. Mesmo tentando negar sua participação, os depoimentos de aliados e subordinados o colocam como principal articulador da tentativa de sabotagem da democracia brasileira.
Com informações do Brasil247
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