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O depoimento de Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (10) repercutiu intensamente nas redes sociais, e o saldo foi amplamente negativo para o ex-presidente. Segundo levantamento da consultoria Arquimedes, 65% das mais de 350 mil menções feitas a Bolsonaro tiveram tom crítico, desmentindo a narrativa bolsonarista de “perseguição”. Mesmo com esforço da base, o desgaste foi evidente.
Bolsonaro recuou em acusações que havia feito contra ministros do STF, chegando a pedir desculpas durante a audiência. Disse não ter “indício nenhum” e chamou de “retórica” as falas sobre suposta propina recebida por Moraes, Fachin e Barroso. A mudança de tom e a tentativa de se desvincular de ataques anteriores foram alvos de ironias e críticas nas redes.
O próprio ex-capitão tentou se distanciar dos atos golpistas de 8 de janeiro, chamando os envolvidos de “malucos”. A tática, no entanto, pegou mal até entre seus apoiadores. Segundo o pesquisador Pedro Bruzzi, o comportamento dúbio de Bolsonaro durante o depoimento enfraqueceu ainda mais sua base, deixando militantes bolsonaristas expostos e desmobilizados.
Enquanto opositores como Maria do Rosário e Lindbergh Farias celebraram o avanço das investigações e a iminente responsabilização do ex-presidente, bolsonaristas tentaram manter o discurso de apoio cego. O PL divulgou nota exaltando Bolsonaro, e Eduardo Bolsonaro usou até o inglês nas redes para tentar defender o pai, apelando a teses já desmentidas sobre as urnas eletrônicas.
O momento de maior repercussão ocorreu durante o depoimento do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, hoje delator e peça-chave da Ação Penal 2668, que investiga a tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Lula. O pico de postagens nas redes foi registrado justamente durante a oitiva de Cid, entre 16h e 18h.
Ao recuar publicamente e expor seus próprios apoiadores, Bolsonaro intensificou sua crise política. A postura adotada enfraquece ainda mais sua retaguarda, enquanto a Justiça avança sobre os responsáveis por uma das maiores ameaças à democracia brasileira desde a redemocratização.
Com informações do Brasil 247
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