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Com o avanço do julgamento da tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF), Jair Bolsonaro já admite, nos bastidores, que pode acabar preso. Segundo relatos de aliados próximos, o ex-presidente tem repetido uma orientação direta: “Se eu for preso, sigam brigando por mim”, reconhecendo que a condenação está cada vez mais próxima.
A mudança de tom entre os bolsonaristas é visível. Mesmo com a retórica de sempre para a imprensa, nos bastidores Bolsonaro já é alertado por sua equipe jurídica de que as chances de absolvição são mínimas. Ele tem reforçado a importância de manter a militância nas ruas, pressionando o STF e tentando sustentar apoio político em meio à tempestade judicial.
Aliados esperam que, se for condenado, Bolsonaro não permaneça muito tempo na prisão por conta de sua condição médica — decorrente das cirurgias no intestino após a facada em 2018 — e pelo fato de ser réu primário. Ainda assim, não descartam um período de detenção efetiva.
Na véspera do depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro aparentava tranquilidade, mas admitiu em conversas reservadas que pode ser preso. Ele foi o sexto réu ouvido no processo que investiga o núcleo central da trama golpista de 2022, que envolvia tentativas de desestabilizar a ordem democrática e impedir a posse do presidente Lula.
Durante o interrogatório, Bolsonaro tentou se esquivar da acusação de planejar um golpe, alegando que não chegou a acionar os conselhos da República e de Defesa. No entanto, sua defesa ainda tentou em vão apresentar vídeos durante a oitiva, o que foi negado por Moraes, que reafirmou que o interrogatório não serve para apresentação de provas novas.
Enquanto insiste publicamente que “não tem motivo para ser condenado”, nos bastidores Bolsonaro se prepara para o pior. A prisão, cada vez mais provável, pode marcar o fim de sua narrativa de perseguição e abrir uma nova fase de desmobilização do bolsonarismo.
Com informações do DCM
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