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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e um dos delatores da quadrilha golpista, prestou novo depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (12), em Brasília. A oitiva faz parte da investigação sobre tentativas de obstrução de Justiça no processo que apura o plano de golpe de Estado orquestrado por Bolsonaro e seu círculo mais próximo. No mesmo dia, o ex-ministro bolsonarista Gilson Machado foi preso acusado de tentar ajudar Cid a fugir do país.
Gilson, conhecido como "sanfoneiro" de Bolsonaro e ex-ministro do Turismo, é suspeito de ter buscado um passaporte português para facilitar a fuga de Cid. A tentativa de interferir nas investigações é considerada grave pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que vê fortes indícios de obstrução da Justiça. Ele teria procurado o consulado de Portugal em Recife para obter o documento e, segundo a PF, pode ter acionado outras embaixadas.
Os advogados de Cid alegam que seu cliente buscou cidadania portuguesa por conta própria em janeiro de 2023, mas dizem desconhecer a ação paralela de Gilson Machado. A PF apura se a movimentação do ex-ministro tinha como objetivo livrar o ex-ajudante de ordens de uma nova prisão, já que Cid revelou crimes graves cometidos pelo ex-presidente.
A PGR também destacou que a família de Mauro Cid já deixou o Brasil e está nos Estados Unidos, o que reforça a suspeita de plano de fuga. Mesmo após ter a prisão revogada temporariamente por decisão do STF, uma nova ordem contra Cid não está descartada.
O caso se insere no contexto mais amplo das investigações contra o bolsonarismo, que incluem crimes relacionados à tentativa de golpe, ao escândalo das joias sauditas e à atuação clandestina de agentes na Abin. A prisão de Gilson Machado revela que o cerco está se fechando contra aqueles que tentam proteger os principais articuladores do golpismo no Brasil.
As ações em curso demonstram que, mesmo com tentativas desesperadas de fuga e sabotagem das investigações, a Justiça está avançando no desmonte da quadrilha que tentou destruir a democracia brasileira.
Com informações da Fórum
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