16/6/2025 16:33

Israel bombardeia usina no Irã e pode causar desastre nuclear

553 visitas - Fonte: Plantão Brasil

Em meio à criminosa escalada militar promovida por Israel contra o Irã, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, manifestou profunda preocupação com os riscos às instalações nucleares iranianas, especialmente à central de Natanz, alvo dos bombardeios israelenses na sexta-feira (13). A declaração foi feita nesta segunda-feira (16), durante uma reunião extraordinária em Viena.

Grossi alertou que, pela segunda vez em três anos, instalações nucleares estão sob ataque em um conflito direto entre dois Estados-membros da AIEA, assim como ocorreu na guerra entre Rússia e Ucrânia. Segundo ele, embora parte da estrutura na superfície de Natanz tenha sido destruída, as áreas subterrâneas que abrigam as centrífugas de enriquecimento de urânio permaneceram intactas. No entanto, uma queda de energia pode ter afetado o funcionamento dos equipamentos.

A versão da AIEA contrasta com o discurso do primeiro-ministro de extrema-direita Benjamin Netanyahu, que afirmou que Natanz teria sido “destruída”. Fontes do próprio governo israelense, porém, admitiram à imprensa local que os danos podem não ter atingido completamente as estruturas subterrâneas.

Apesar de não haver aumento nos níveis de radiação no entorno da usina — sinal de que não houve vazamento externo —, Grossi advertiu para os riscos de exposição interna a materiais radiológicos e químicos, o que ameaça diretamente a vida dos trabalhadores que operam no local.

A agência também confirmou que outras instalações nucleares iranianas, como a de Bushehr e a de Fordow, não foram atingidas. Mesmo assim, Natanz segue como peça-chave do programa nuclear do Irã, operando com urânio enriquecido a 60%, muito acima do necessário para uso civil, mas ainda abaixo do patamar de armas nucleares.

Diante desse cenário, 11 países — incluindo Rússia, China, Venezuela, Nicarágua e Cuba — assinaram uma declaração conjunta condenando qualquer ataque contra instalações nucleares de uso pacífico, classificando essas ações como violações da Carta da ONU, do direito internacional e do estatuto da própria AIEA. Grossi reforçou que a agência seguirá monitorando o conflito e prestando assistência ao Irã.
Com informações do DCM

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