19/6/2025 12:07

Israel transforma busca por comida em sentença de morte em Gaza

393 visitas - Fonte: Plantão Brasil

Assim como milhares de palestinos na Faixa de Gaza, Hind Al-Nawajha arrisca a própria vida todos os dias em uma verdadeira roleta da morte, só para tentar conseguir comida para seus quatro filhos. Acompanhada da irmã, Mazouza, ela se esconde atrás de escombros enquanto tiros disparam ao redor, na esperança de voltar viva — ou, pelo menos, não voltar em um caixão.

A situação em Gaza ultrapassa qualquer limite de crueldade. Nos últimos dois dias, dezenas de palestinos foram covardemente assassinados por tropas israelenses enquanto buscavam comida de caminhões de ajuda humanitária. Só na quinta-feira, 51 pessoas foram mortas, sendo 12 delas enquanto tentavam acessar um centro de distribuição da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), que opera sob proteção do próprio exército israelense.

Enquanto finge uma preocupação humanitária, Israel na verdade bloqueia o acesso da população aos alimentos e ainda bombardeia quem tenta sobreviver. No norte de Gaza, ataques aéreos mataram pelo menos 39 pessoas, incluindo 19 mulheres e crianças que estavam em uma tenda no campo de refugiados de Shati. Outro bombardeio em Jabalia matou 14 pessoas e destruiu várias casas.

O cinismo de Israel chega ao ponto de, mesmo após massacrar civis, não dar qualquer explicação sobre os ataques. Enquanto isso, o próprio Ministério da Saúde de Gaza denuncia que centenas foram assassinados desde maio tentando alcançar os pontos de distribuição operados pela GHF, que funciona de acordo com critérios impostos pelos militares israelenses.

Para piorar, as Nações Unidas já deixaram claro que o sistema imposto por Israel é inadequado, perigoso e viola princípios básicos da ajuda humanitária. Mesmo assim, Tel Aviv mantém sua política genocida, impedindo a entrada de tendas, lonas e suprimentos mínimos desde março, deixando mais de um milhão de palestinos sem abrigo.

A guerra, que já tirou a vida de mais de 55.600 palestinos, foi deflagrada após os ataques de 7 de outubro de 2023. Desde então, Israel promove um massacre que destruiu Gaza, provocou fome, deslocou quase toda a população e mergulhou o território em uma catástrofe humanitária. Enquanto isso, mães como Nawajha seguem acampadas nas estradas, tentando, dia após dia, conseguir um pouco de comida antes que o próximo bombardeio as mate.

Com informações do Brasil 247

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