28/7/2025 12:41

Mensagens secretas mostram Bolsonaro agindo contra STF e PL das Fake News

5911 visitas - Fonte: Plantão Brasil

Mensagens extraídas do celular de Jair Bolsonaro, apreendido pela Polícia Federal em maio de 2023, revelam a obsessão do ex-presidente em manter sua influência política mesmo após deixar o cargo. Os registros mostram articulações com parlamentares, empresários, militares e até diplomatas, com foco em minar o governo Lula, deslegitimar instituições democráticas e garantir apoio de setores estratégicos como o agronegócio.

Entre os mais de 7 mil arquivos acessados pela PF, há uma conversa em que Bolsonaro orienta o deputado Hélio Lopes (PL-RJ) a assinar um pedido de CPI contra ministros do Supremo Tribunal Federal, incluindo Alexandre de Moraes. Hélio, receoso de prejudicar o ex-presidente, hesitava, mas acabou cedendo após o incentivo de Bolsonaro. O mesmo Hélio montaria meses depois uma barraca em frente ao STF, num protesto grotesco contra as medidas judiciais impostas ao seu líder político.



As mensagens revelam também os bastidores da sabotagem bolsonarista contra o Projeto de Lei das Fake News. Em 2 de maio de 2023, Bolsonaro e seu filho Eduardo agiram para inviabilizar a votação da proposta que buscava combater a desinformação nas redes. A articulação bolsonarista resultou no engavetamento do projeto pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, demonstrando como a extrema-direita atua contra qualquer tentativa de responsabilização no ambiente digital.



Outro trecho chama atenção pelo nível de intimidade de Bolsonaro com o ex-embaixador de Israel, Yossi Shelley. Em abril de 2023, Shelley ofereceu estadia paga de 14 dias em Israel para Bolsonaro e mais dois acompanhantes, dias antes de o ex-presidente virar alvo de uma operação da PF. A cortesia diplomática — feita por um aliado que já fugiu do Brasil após acusação de assédio — levanta dúvidas sobre possíveis planos de fuga ou abrigo em solo estrangeiro.

Bolsonaro também usava listas de transmissão no WhatsApp para alimentar sua base ruralista com desinformação sobre demarcações de terras indígenas e ações do MST, tentando manter o apoio do agronegócio, que financiou acampamentos golpistas. Em conversa com Braga Netto, organizou sua ida ao Agrishow e reagiu furioso a críticas do Estadão, acusando a imprensa de perseguição.


Os arquivos escancararam o que o bolsonarismo sempre tentou esconder: mesmo fora do poder, Bolsonaro continuou operando nos bastidores para sabotar a democracia, proteger seus interesses e alimentar o extremismo. A apreensão do celular revelou uma teia de influência e manipulação que segue sendo desmantelada pelas instituições.

Com informações do DCM

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