8/12/2025 17:03

União Brasil expulsa ministro de Lula que desobedeceu a ordem para deixar governo

480 visitas - Fonte: PlantãoBrasil

O ministro do Turismo, Celso Sabino, foi formalmente expulso do União Brasil após desobedecer à determinação expressa da direção nacional do partido para que todos os filiados deixassem os cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A expulsão encerra meses de tensão e representa uma punição por infidelidade partidária, já que Sabino permaneceu no ministério mesmo após a cúpula da legenda estabelecer o dia 19 de setembro como prazo final para a saída. O ministro havia anunciado publicamente que acataria a orientação, chegou a entregar sua carta de demissão a Lula, mas em um revés estratégico, recuou dias depois e tentou negociar sua permanência, sem sucesso.

A decisão final de Sabino em outubro, atraído pela visibilidade e recursos associados à organização da COP30 em Belém, agravou o desgaste interno e resultou em seu afastamento de todas as funções administrativas no partido, incluindo o comando do diretório estadual do Pará. O cálculo do ministro é eleitoral: ele pretende concorrer a uma vaga no Senado pelo Pará em 2026 e avalia que o apoio explícito de Lula, somado à exposição nacional proporcionada pela conferência do clima, será mais valioso para sua campanha do que a lealdade ao União Brasil. No entanto, ele enfrenta um obstáculo formidável na figura do governador Helder Barbalho (MDB), que articula uma chapa própria ao Senado.

Nas últimas semanas, Sabino já sinalizava seu isolamento dentro da sigla e relatava a interlocutores que era sondado por outras legendas. Filiado ao União desde 2021, o ministro não perderá seu mandato de deputado federal devido à jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral e está livre para se filiar a outro partido. Durante eventos em Belém, Sabino deixou clara sua opção política ao afirmar que apoiaria Lula “independentemente do cenário político” e que deve permanecer à frente do Ministério do Turismo até o prazo legal de desincompatibilização, em abril de 2026. O episódio escancara as fissuras no centrão e a atração que a base de sustentação do governo Lula exerce sobre políticos pragmáticos em ano eleitoral.

Com informações do g1

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