30/1/2014 10:15

Todos os condenados que Bruno permitiu trabalhar

1356 visitas - Fonte: Brasil 247

Até o momento, o juiz Bruno André Silva Ribeiro, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, autorizou três condenados na Ação Penal 470 a iniciar trabalho externo; uma vez que foram condenados ao regime semiaberto, podem ter expediente fora do presídio da Papuda o ex-deputado Bispo Rodrigues, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-tesoureiro do extinto PL (atual PR) Jacinto Lamas; já o caso de José Dirceu seguiu o caminho inverso: em vez de analisar seu pedido, como fez com os outros réus, o magistrado suspendeu por 30 dias a possibilidade de qualquer benefício para o ex-ministro, por conta de uma acusação que já havia sido considerada "inverídica" pelo diretor da penitenciária

30 DE JANEIRO DE 2014 ÀS 08:29



Brasília 247 – As decisões do juiz Bruno André Silva Ribeiro, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, não têm sido tomadas sob os mesmos critérios. Se por um lado ele autoriza condenados ao regime semiaberto na Ação Penal 470 a trabalharem fora do presídio da Papuda, em Brasília, por outro suspende os benefícios do ex-ministro José Dirceu, preso nas mesmas condições dos demais.



O ex-deputado Bispo Rodrigues foi o último a receber o aval do magistrado, na última terça-feira 28, para iniciar expediente fora do presídio. Antes dele, no dia 16, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares teve a autorização de Bruno Ribeiro para trabalhar na CUT (Central Única dos Trabalhadores). Decisão no dia 13 também foi favorável ao ex-tesoureiro do extingo PL (atual PR) Jacinto Lamas.



Nesse meio tempo, o caso do ex-ministro José Dirceu segue o caminho inverso. O primeiro pedido da defesa para que o petista pudesse trabalhar aconteceu em novembro, mas diante de uma série de críticas contra irregularidades no Hotel Saint Peter, que o havia contratado, o condenado desistiu da atividade. O segundo foi apresentado no dia 20 de dezembro, mas até agora não recebeu resposta.



Curiosamente, Bruno Ribeiro, que é filho de um ex-dirigente do PSDB em Brasília, alegou em sua última decisão, de Bispo Rodrigues, que o trabalho é "fundamental para a ressocialização do sentenciado" e uma "oportunidade para avaliar a disciplina, autodeterminação e responsabilidade do reeducando antes de uma possível transferência para um regime de pena mais avançado".



Ao conceder o benefício a Jacinto Lamas, o juiz afirmou que o trabalho externo é uma forma de avaliar a "disciplina" de um condenado. "Não é muito lembrar que a concessão do beneplácito neste momento constitui uma possibilidade de se avaliar a disciplina, autodeterminação e responsabilidade do reeducando antes de uma possível transferência para um regime de pena mais avançado", justificou.



Os argumentos parecem não valer para Dirceu, que teve suspensa por 30 dias a análise de qualquer benefício, inclusive o de trabalho externo, pelo mesmo juiz que autorizou os outros três réus a trabalhar. O embasamento para a decisão foi uma acusação que já havia sido considerada "inverídica" pelo diretor da Papuda – o uso de celular por José Dirceu de dentro da penitenciária - e depois "improcedente" pela sindicância que averiguou o caso.



Bruno Ribeiro certamente cumpre as expectativas do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que o colocou na VEP no lugar do juiz Ademar de Vasconcelos, quem considerava benevolente com os chamados 'mensaleiros'. Com Barbosa de férias, uma decisão desta quarta-feira 29 do presidente em exercício do Supremo, Ricardo Lewandowski, pode agora finalmente abrir as portas para Dirceu trabalhar .

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