10/3/2015 10:27

Dilma, golpista deve ser tratado como golpista

A sua frouxidão e a frouxidão de seu partido podem custar muito mais que o seu cargo.

695 visitas - Fonte: Política no Face

Porque os golpistas não querem resolver os seus muitos defeitos, mas golpear as poucas virtudes que o seu governo e o seu partido trouxeram para o País.

Não é o combate a corrupção que os move, mas o pouco que existiu de inclusão social nos últimos anos. Repare que eles não apresentam uma proposta sequer de combate aos muitos vícios de um país que sempre teve uma cultura de corrupção na política. Que eles são contra toda e qualquer medida moralizante, como o fim das doações de empresas nas campanhas eleitorais. Eles fizeram de tudo e continuarão fazendo para combater a reforma política.

Apenas apontam o dedo em sua direção, como se a senhora fosse o obstáculo para a implantação de uma era de honestidade no Brasil, uma era se possível comandada por um cara que usa dinheiro público para construir aeroporto particular, que está presente na Lista de corruptos de Furnas, que financiou com recursos públicos suas rádios ganhas do Sarney. Repare que mesmo após a divulgação da lista do Procurador Rodrigo Janot com os acusados da Lava Jato, eles tentam imputar à senhora todos os atos de corrupção cometidos por inúmeros partidos. Repare que não se iguala a cobertura da Petrobras com a do Metrô de São Paulo, ambos vítimas de métodos iguais, onde ladrões que devem ser punidos saqueram os cofres públicos.

Não adianta a senhora e seu partido adotarem de forma submissa parte da agenda econômica deles, eles nunca irão aceitar que sejam vocês que façam isso. O seu apoio entre eles aumentou depois do reajuste do combustível que todos eles pediam? Eles ficaram bonzinhos com a senhora depois que reduziram as desonerações de impostos? Eles passaram a elogiá-la depois do aumento dos juros ou do dolar que sempre pediram? Eles foram bacanas com a senhora depois que reduziu o acesso ao seguro desemprego? Não, nunca serão.

Os golpistas já deixaram claro o que querem. Está em todos os editoriais dos jornais, rádios e tvs que lhes servem de instrumento. Querem o fim das compras de conteúdo nacional na Petrobras. Querem fatiar e se possível vender a nossa maior empresa. Querem abrir as áreas do pré-sal para as petrolíferas estrangeiras. Querem, acima de tudo, que pare a melhoria de vida dos mais pobres. Que o salário mínimo para de subir da forma que sobe. Que a esmola da Bolsa Família deixe de ser repassada, pois "ninguém mais quer trabalhar nesse País".

A senhora não vai conquistar a simpatia dessa gente que acha que seu espaço está sendo invadido, seja nos aeroportos, seja nas ruas cheias de carros ou nas universidades agora lotadas de pobres, negros e estudantes de escolas públicas. Retire as ilusões de sua cabeça, a senhora não vai agradar ao mesmo tempo os que tem muito e os que terem ter ao menos um pouco.

A senhora precisa reafirmar um lado. Aumentar os direitos da maioria. O que ganhamos até agora em renda e perspectiva de futuro foi um avanço, mas apenas nos torna menos pobres num país onde a injustiça social é uma das maiores do mundo. Queremos mais. O que é a nossa renda perto do que ganham os donos dos escritórios da Avenida Paulista?

Precisamos fazer caixa para equilibrar as contas públicas do País em um mundo em crise? Tudo bem, retire deles os recursos necessários, taxe as fortunas deles, corte dinheiro que ia pra Globo, aumente as taxas para o lucro dos bancos, aumente os impostos dos artigos de luxo, intensifique o combate a sonegação de impostos.

E fale grosso, mesmo com a sua voz feminina, querem dar um golpe! Deixe claro que o golpe é nos direitos conquistados e não apenas no seu cargo. Explicite que não é democrático querer afastar uma presidente quatro meses após ser eleita, que isso é a tentativa dos que perderam a eleição de continuar disputando. Dê um sacode nesse seu partido acomodado, que raciocina como um Fukuyama da esquerda, achando que a história acabou. Remova o espaço dos punhos de renda de seu partido. Fale para o povo e para as organizações populares não como uma ministra da economia, mas como a líder de um País que tem direito a se erguer.

Há muito a se lutar, muito a conquistar. Mas se a presidente não for a primeira a denunciar o golpe e não for a primeira a lutar, quem a senhora acha que vai lutar pela senhora?



Via Política no Face

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