Furo de reportagem do Estadão: Dilma usa biquini

Portal Plantão Brasil
5/1/2014 17:53

Furo de reportagem do Estadão: Dilma usa biquini

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2397 visitas - Fonte: Brasil 247

À venda sem compradores, jornal O Estado de S. Paulo consegue uma matéria exclusiva; ou melhor, a 'proeza' veio em forma de foto: um flagrante sobre a presidente Dilma Rousseff tomando banho de mar, na Bahia, de biquini, durante a folga dela de final de ano; exatamente como fazem milhões de brasileiras que vão à praia; como perguntar não ofende, há mesmo valor jornalístico na intromissão sobre um dos poucos momentos de descanso da presidente? Qual foi a grande novidade do 'furo' do jornal? Será que é por pautas deste tipo non sense que o antigo jornalão da família Mesquita cai em vendas, perde espaço na internet e vê até seu bastião de classificados ser abalado?; promover, em razão da foto, uma caça às bruxas sobre o general José Elito, ministro-chefe de Segurança Institucional, não faz sentido



O jornal O Estado de S. Paulo deu um 'furo'. A novidade informativa não veio em forma de texto, mas sim de uma foto. Não daquele tipo que vale por mil palavras, mas um flagrante surrupiado em meio a pedidos pela manutenção da privacidade da presidente Dilma Rousseff.



Enviado especial, o repórter-fotográfico Ed Ferreira cumpriu à risca a missão de quebrar o momento à sós da presidente e, executando com correção sua pauta, trouxe de suas lentes objetivas a cena em que Dilma de biquini toma um banho de mar, na Bahia. A foto foi republicada em outros jornais.



Cabe, no entanto, perguntar. Há mesmo valor jornalístico na tomada feita sobre a presidente que pedira para ter poucos momentos à sós? Dilma, a exemplo de milhões de mulheres brasileiras e do mundo todo que vão à praia, estava absolutamente adequada à situação.



Vale lembrar, a propósito do período de festas com encerramento neste domingo 5, que, ao contrário de muitos de seus antecessores, Dilma trabalhou até os últimos dias do ano passado, tendo visitado pessoalmente áreas atingidas pelas chuvas no Espírito Santo e em Minas Gerais. Ainda no dia 27, seu governo produziu mais uma concessão de rodovia, mostrando-se alheio ao descanso em razão do calendário.



Há uma convenção respeitada pela mídia do mundo todo em torno da reclusão temporária de figuras públicas. Combina-se um período de afastamento e, à luz de toda exposição permitida durante o chamado horário comercial – que no caso de um presidente é 247, com vinte e quatro horas por dia de trabalho nos sete dias de cada semana – e esse acordo se cumpre. Funciona assim, por exemplo, quando, para citar um caso atual, o presidente dos EUA, Barack Obama, sai de férias para o seu Havaí natal. Em lugares públicos, Obama é salpicado de flashes, mas, em sua intimidade, consegue que o acordo de distanciamento firmado com a mídia passe a valer.



ZUM ZUM ZUM - Nos momentos em que um governante passa longo tempo ausente do público, quando a saúde de um alto dirigente nacional está em questão ou nos instantes em que uma figura de destaque se esconde deliberadamente das entrevistas e das fotografias, é natural que a mídia corra atrás de seu sustento – e cerque essa personalidade com o zum zum zum da movimentação de seus profissionais, repórteres e fotógrafos.



No tema presente, porém, nenhuma dessas pré-condições foi existente. A presidente, que se deixa fotografar quase todos os dias, fala de improviso e discursa com grande frequência apenas queria tomar um banho de mar. Ter sossego. A quebra deste, por outro lado, já suscita até mesmo pedidos de exoneração do ministro-chefe de Segurança Institucional da Presidência da República, general José Elito Carvalho Siqueira, que teria levado uma bola entre as pernas ao não perceber a presença do fotógrafo do Estadão.



Qual nada! Mexer num setor tão delicado em razão de uma foto que mostra a presidente na mesma condição de milhões de outras brasileiras que vão à praia em trajes de banho adequados seria se dobrar a uma pauta vazia.



Na verdade, não há motivo para nenhuma caça às bruxas. Concluiu-se entre os assessores de Dilma que um acordo tácito com a mídia seria respeitado, o que não ocorreu da parte de um único veículo de comunicação. A quebra desse acordo é de responsabilidade única e exclusiva do Estadão, que, de resto, mostrou o tipo de jornalismo que consegue fazer nos dias atuais. Quem gostar que o compre. Nas bancas, tem o preço de R$ 2,50. A empresa S.A. O Estado de S. Paulo, por outro lado, está à venda por bem mais, mas ainda não apareceu nenhum interessado. Quem vai querer?



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