344 visitas - Fonte: Plantão Brasil
A Polícia Federal afirmou nesta segunda-feira (21) que encontrou “poucos elementos” no pen drive apreendido na casa de Jair Bolsonaro, durante operação realizada no último dia 18 em sua residência no Jardim Botânico, em Brasília. O dispositivo, que estava escondido no banheiro, foi analisado no mesmo dia no Instituto Nacional de Criminalística. Segundo investigadores com acesso ao material, o conteúdo é considerado limitado e, até o momento, não há indícios de que ele traga informações relevantes para o avanço das investigações.
Com o laudo técnico já finalizado, os esforços da PF agora se voltam para o celular do ex-presidente, também apreendido na ação. O aparelho está passando por extração de dados, incluindo mensagens, fotos e outros arquivos que possam trazer provas de articulações criminosas. A expectativa é que o relatório completo, baseado no conteúdo do celular, traga elementos mais consistentes sobre os movimentos de Bolsonaro e seus aliados.
A operação que apreendeu o pen drive e o celular foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. No despacho, Moraes foi categórico ao afirmar que Bolsonaro vem atuando “dolosa e conscientemente de forma ilícita”, em articulação com seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro. Segundo o ministro, a intenção do grupo é tentar submeter o funcionamento do STF ao controle de outro Estado estrangeiro.
Além disso, Bolsonaro está sujeito a uma série de medidas cautelares: está proibido de usar redes sociais, de manter contato com embaixadores, diplomatas ou outros investigados, e deve cumprir recolhimento domiciliar durante as noites e fins de semana. Mesmo assim, voltou a se fazer de vítima, alegando estar sofrendo perseguição. “Não tem nada de concreto. A Procuradoria-Geral da República foi além”, disse ele, ignorando a gravidade dos indícios já reunidos.
Questionado sobre o pen drive escondido no banheiro, Bolsonaro respondeu da forma mais cínica possível: “Nunca nem abri um pen-drive na minha vida”. A declaração, que tenta descolar sua imagem do material apreendido, foi recebida com desconfiança por investigadores, sobretudo pela tentativa de uso recorrente da estratégia de negação e vitimização.
A Polícia Federal agora concentra suas expectativas no celular apreendido, que pode conter provas fundamentais de obstrução de Justiça, conspiração contra o STF e outras ações que envolvem o núcleo duro da família Bolsonaro. A análise está em andamento e novas revelações podem surgir a qualquer momento.
Veja:
?? Jair Bolsonaro comentou sobre o pen drive que a Polícia Federal encontrou escondido no banheiro de sua casa:
— poponze (@poponze) July 18, 2025
“Nunca abri um pen drive na vida. Tô preocupado com isso, surpreso. Vou até perguntar pra Michelle se era dela.”
pic.twitter.com/4AukgcZpuV