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Uma moção do Parlamento Europeu pedindo que a União Europeia seja mais rigorosa em questões ambientais em suas importações tem o Brasil como "alvo preferencial", disse especialista à Sputnik Brasil.
Na quarta-feira (9), a Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu aprovou moção que pede para a União Europeia impor mais exigências de proteção ao meio ambiente em suas importações e na hora de fechar acordos comerciais.
A comissão recomenda "que todos os novos acordos comerciais ou de investimento e as atualizações dos já existentes incluam disposições ambientais e climáticas mais ambiciosas em relação à conservação e à gestão sustentável das florestas, incluindo proteção dos povos indígenas e direitos das comunidades locais".
Além disso, a moção diz que a União Europeia (UE) é um importador significativo de "commodities com risco ambiental e florestal", por isso deve garantir que sua demanda e investimentos sigam política de economia responsável, "sem estimular desmatamento nem violações dos direitos humanos".
’Forte efeito político’
Para Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM/SP (Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo), apesar de a moção ser apenas uma recomendação, sem efeitos de lei, ela pode causar prejuízos econômicos e políticos para o Brasil.
"Infelizmente, tudo indica que o Brasil é o alvo preferencial dessa recomendação, que não é uma ação concreta e decisiva do Parlamento, mas tem um forte efeito político, por incluir um pedido para que a questão dos acordos comerciais contenha uma auditoria de sustentabilidade", afirmou o especialista em história das relações internacionais e em geoeconomia internacional.
Em razão disso, a moção pode ser mais um fator complicador para a concretização do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Diante dos altos índices de desmatamento e queimadas na Amazônia, alguns países da Europa sinalizaram que podem não ratificar o acordo.
"Não é possível esquecer que no dia 21 de agosto, [Angela] Merkel foi muito clara em avisar que tinha sérias dúvidas de que o acordo poderia ser efetivamente promulgado como planejado, logo depois que o mundo ficou sabendo que os incêndios florestais no Brasil em junho eram 28% maiores na comparação com julho de 2019", ponderou o especialista.
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