672 visitas - Fonte: O Globo
O discurso do presidente Jair Bolsonaro na cerimônia de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), na última terça-feira, foi um dos mais longos dos 147 que havia feito até aquele dia e, também, o de maior repercussão nacional e mundial. Mas engana-se quem pensa que o repertório usado para uma plateia de líderes estrangeiros difere do que aparece em cada um dos discursos do chefe de Estado em eventos e atividades no Brasil e outras viagens internacionais. Analisados em detalhe pelo GLOBO, com a ajuda de acadêmicos, chega-se à conclusão de que a fala oficial de Bolsonaro gira ao redor das mesmas palavras e ideias, muitas usadas durante a campanha e voltadas para sua base eleitoral, mas, também, a um mundo conservador que vem crescendo.
No total, os 147 discursos, desde 1º de janeiro, totalizam dez horas e 47 minutos. Uma média de 4,27 minutos por dia. O GLOBO utilizou as transcrições disponíveis no site da Presidência da República.
Na análise quantitativa, alguns elementos chamam a atenção e mostram para onde vai o pensamento do presidente: a palavra brasileiro foi mencionada 149 vezes, militar, 141 e Exército, 137. As mais presentes nos discursos não surpreendem: Brasil (1.079) e Deus (360). Elementos desconhecidos para muitos brasileiros, mas que tornaram-se muito presentes em discursos desde a época da campanha eleitoral se destacam: os minerais nióbio (31) e grafeno (40), considerados pelo chefe de Estado como potenciais de enorme riqueza para o país. Os materiais, juntos, são mais citados pelo presidente do que a palavra Amazônia (56). Bolsonaro fala mais em esquerda (33) do que em direita (10); menciona mais Israel (126) do que o Nordeste (32); se refere mais a patriotismo (30) do que a saúde (19), e mais a família (98) do que a violência (20). E também cita mais a palavra passado (105) do que futuro (82).
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