Policiais presos no RJ participaram de campanha de filho de Bolsonaro e irmã de um deles também era assessora dele com salário altíssimo pago com dinheiro público

Portal Plantão Brasil
6/12/2018 21:59

Policiais presos no RJ participaram de campanha de filho de Bolsonaro e irmã de um deles também era assessora dele com salário altíssimo pago com dinheiro público

0 0 0 0

7915 visitas - Fonte: Estadão

Dois policiais militares que participavam de agendas da campanha do deputado estadual Flávio Bolsonaro, candidato ao Senado pelo PSL do Rio nas eleições 2018 e filho do presidenciável Jair Bolsonaro, foram presos na semana passada na Operação Quarto Elemento. A ação, desencadeada pelo Ministério Público Estadual, investiga suposta quadrilha de policiais especializada em extorsões. Os irmãos gêmeos PMs Alan e Alex Rodrigues de Oliveira estavam entre os 46 suspeitos que tiveram prisão decretada pela Justiça.







Nas últimas semanas, eles acompanharam Flávio em agendas na zona oeste da capital fluminense. Segundo integrantes da campanha, os irmãos policiais atuavam dando apoio de segurança nos eventos de campanha do candidato ao Senado.







Alan e Alex se aproximaram do PSL por meio da irmã, Valdenice de Oliveira Meliga. Ela é uma das assessoras do deputado estadual e tesoureira do partido no Rio. A funcionária está nomeada no gabinete de Flávio como cargo de confiança na Liderança do PSL. Em junho, recebeu salário de R$ 6.490.



A prisão dos PMs causou mal-estar na campanha de Flávio. Um dos motes dos Bolsonaro é o enfrentamento dos criminosos. O presidenciável e seus filhos (além de Flávio, o vereador no Rio Carlos Bolsonaro e Eduardo, deputado federal por São Paulo) defendem rigor no combate aos criminosos.



Nesta terça-feira, 4, Flávio negou, pessoalmente e por nota, que os irmãos integrassem a sua campanha. Valdenice, porém, afirmou ao Estado que os dois atuavam como voluntários em agendas do parlamentar. Ela disse que os irmãos são inocentes (mais informações abaixo).



Em foto postada em uma rede social, o deputado estadual e o candidato à Presidência aparecem na festa de aniversário dos policiais, no bairro de Campo Grande. “Essa família é nota mil”, escreveu Flávio em sua página no Instagram, ao comentar a imagem.



Outros três policiais denunciados na Operação Quarto Elemento foram homenageados por Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. Os PMs Leonardo Ferreira de Andrade e Carlos Menezes de Lima e o policial civil Bruno Duarte Pinho receberam “Moções de Louvor e Congratulações” por “serviços prestados à sociedade”. Ganharam as honrarias por ações policiais bem-sucedidas que empreenderam ou das quais participaram.



Acusações. Segundo denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio, a suposta quadrilha de policiais extorquia dinheiro de pessoas que estavam em situação ilegal. Segundo o MP, os suspeitos “estavam reunidos em torno de um objetivo comum: identificar possíveis infratores da lei, seu potencial econômico e realizar batidas policiais contra eles, sempre com a intenção de flagrá-los cometendo crimes ou irregularidades administrativas”.



“A partir dessa situação, em vez de seguir a lei, os denunciados exigiam uma quantia em dinheiro para que os infratores não fossem presos ou tivessem as mercadorias apreendidas e sofressem os devidos procedimentos legais”, afirma o Ministério Público.



Os crimes investigados na Operação Quarto Elemento são organização criminosa, corrupção, extorsão, concussão e peculato, entre outros. Os gêmeos Alan e Alex, segundo o MP, eram sócios em um loteamento irregular na zona oeste. Eles são suspeitos de constituir, integrar, financiar e promover organização criminosa.



Em janeiro deste ano, Alan já havia sido preso por agentes da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança do Rio por outra acusação. Ele estaria envolvido na extração e venda ilegal de barro em um terreno em Paciência, na zona oeste do Rio, e também em vendas de um loteamento ilegal.



Já os policiais militares Leonardo Ferreira de Andrade e Carlos Menezes de Lima, homenageados por Flávio, segundo o MP, eram “X9” (informantes) do grupo. Também davam, de acordo com os promotores, os chamados “botes” – quando os policiais realizavam as operações de extorsão.



Em uma dessas ações, conforme a investigação, Leandro e outros policiais estiveram em fevereiro do ano passado em um frigorífico em Vista Alegre. No local, constataram a existência de alimentos em condições impróprias para consumo (fora de validade e com padrões de higiene questionáveis). Exigiram R$ 30 mil para que o dono não fosse preso em flagrante.



Meses depois desta ação, em setembro, Leonardo recebeu uma “Moção de Louvor e Congratulações” na Alerj, proposta por Flávio Bolsonaro.



“São incontáveis as páginas de glórias e sacrifícios que atestam o compromisso de seus valorosos integrantes no sentido de estarem sempre prontos, não importando os custos pessoais, a oferecer ao povo do Rio de Janeiro a segurança e a paz social necessárias a seu desenvolvimento e vida harmoniosa”, disse o deputado na ocasião.







APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!

Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.



O Plantão Brasil é um site independente. Se você quer ajudar na luta contra o golpismo e por um Brasil melhor, compartilhe com seus amigos e em grupos de Facebook e WhatsApp. Quanto mais gente tiver acesso às informações, menos poder terá a manipulação da mídia golpista.


Últimas notícias

Notícias do Flamengo Notícias do Corinthians