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As diretrizes erráticas da política internacional do governo Jair Bolsonaro, levadas adiante pelo chanceler Ernesto Araújo, têm levado diplomatas estrangeiros a definirem o vice-presidente, general Hamilton Mourão, como o "adulto na sala"." Araújo é visto como ideológico demais (algo que os investidores sempre temem, não importa se a ideologia é de esquerda ou de direita). Já Eduardo, que atua como um ministro das Relações Exteriores informal, passa a imagem de ignorante e muito radical para inspirar confiança no exterior, mesmo por parte de funcionários do governo dos EUA, que veem com bons olhos o Governo Bolsonaro", destaca Oliver Stuenkel, professor adjunto de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV), em um artigo publicado na versão online do jornal El País.
’"Ainda bem que eles têm Mourão" é um comentário que se ouve com cada vez mais frequência no exterior’, destaca Stuenkel em referência ao comentários de que Mourão vem sendo visto pela comunidade internacional "como a âncora de um navio que, sem ele, estaria à deriva no que diz respeito à estratégia internacional". "Mourão difere do resto da equipe de política externa de Bolsonaro em estilo e substância", ressalta o texto.
"Quando se trata de conteúdo, Mourão resiste sabiamente às ideias mais radicais e mal concebidas dos antiglobalistas, como transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, deixar o Acordo de Paris sobre mudança climática, abrigar uma base militar dos EUA e, a mais perigosa de todas, adotar tom agressivo em relação à China", avalia.
"Não é coincidência que um número crescente de embaixadores esteja procurando Mourão, o qual – eles esperam – continuará a impedir Bolsonaro de cometer graves erros políticos no âmbito externo. Nenhum vice-presidente na história recente foi tão necessário para a estabilidade da política externa do Brasil, já nas primeiras semanas de Governo, quanto Hamilton Mourão", destaca Stuenkel.
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