O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), elogiou hoje a organização das eleições em Portugal. O Partido Socialista, liderado pelo primeiro-ministro, António Costa, venceu a disputa nas urnas e conquistou ampla maioria no Parlamento.
Barroso participou das eleições como observador, a convite da Comissão Nacional Eleitoral. "As pesquisas indicavam empate técnico. Para surpresa geral, o Partido Socialista obteve maioria absoluta. Ainda assim, ninguém questionou o resultado nem fez acusações infundadas", afirmou o ministro.
Ele acrescentou que Portugal é um "exemplo de respeito e civilidade para o mundo". Em 2020, o republicano Donald Trump perdeu as eleições americanas para o democrata Joe Biden e colocou em dúvida a legalidade dos votos por correio.
Em Portugal, como observador das eleições, vi um show de organização e democracia. Pesquisas indicavam empate técnico, mas o Partido Socialista obteve maioria absoluta. Ninguém questionou o resultado. Um exemplo de respeito e civilidade para o mundo. https://t.co/KOkA8qgblppic.twitter.com/DEoX5JEnFP
Parte dos republicanos diziam que os votos de Biden eram duplicados e Trump pressionou por uma recontagem em estados-chave, como Geórgia e Arizona. Uma auditoria foi feita, mas não foi comprovada fraude.
Dois meses após o resultado das eleições, Trump incitou apoiadores a invadir o Capitólio durante a sessão que certificaria Joe Biden como presidente.
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu Trump e reforçou o discurso de fraude nas eleições americanas. Bolsonaro foi o último líder dos países do G-20 a reconhecer a vitória de Joe Biden nas eleições de 3 de novembro.
Na mesma época, Bolsonaro voltou a questionar as eleições de 2018 no Brasil e, sem provas, repetiu que as urnas eletrônicas não são seguras. Ele já venceu seis votações no Brasil com o sistema.
Resultado das eleições de Portugal
Os socialistas conseguiram 117 das 230 cadeiras do Parlamento, seguidos por 71 do Partido Social-Democrata (PSD, de direita), contrariando as pesquisas que projetavam uma disputa apertada.
Com o resultado, o primeiro-ministro António Costa não dependerá mais dos dois partidos da esquerda radical que o apoiaram a partir de 2015 —mas abandonaram a coalizão em outubro, o que forçou a convocação de eleições antecipadas —e poderá formar um governo apenas com o Partido Socialista (PS).
O resultado contraria a tendência de outros países europeus, como Grécia e França, onde os socialistas perderam força eleitoral.
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