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Se Lula mantiver os 44% de intenções de voto, que apresenta em várias pesquisas, e houver 12% de votos não válidos (brancos, nulos e abstenções), os 44% se transformam em 50% dos votos válidos.
Com um voto a mais, Lula ganha a eleição no primeiro turno. Pouca importa a votação do segundo colocado, mesmo que atinja 50% menos 1. Decisivos são os votos válidos, o somatório.
Estão olhando para um possível crescimento de Bolsonaro como se isso fosse o ponto relevante dessa eleição, que, gostemos ou não, sustenta Lula em primeiro lugar.
Para ganhar no primeiro turno, Lula não depende dos outros, não importa a votação de Bolsonaro. Lula depende de si mesmo e dos votos brancos, nulos e abstenções.
Sempre repito: Reconhecer não é torcer.
Mas no mundo atual, quando se escreve que Lula pode ganhar, mesmo que matematicamente comprovado, o negacionismo é tanto que as pessoas transformam o mensageiro em maldito torcedor fanático do adversário.
Um profeta de uma realidade que o negacionista não quer ver, porque é desastrosa para ele.
As pessoas não querem saber como está a eleição, querem que a eleição esteja como elas querem. Rejeitam como falsa até a matemática.
Se algum candidato, seja quem for, alcançar 50% dos votos mais um, está eleito no primeiro turno. Lula, Bolsonaro ou qualquer outro. O busílis é conseguir tal número de votos.
As pessoas esquecem que os votos nulos não contam. E são considerados nulos também os brancos e as abstenções, que diminuem o total dos votantes. E o candidato precisa de 50% mais um dos votantes.
As pessoas ficam presas às pesquisas, que apresentam o resultado partindo do todo, incluindo os votos nulos que serão desconsiderados. É preciso sempre notar e excluir os votos não-válidos.
Ainda mais levando em conta que os descontentes com a saída de Moro podem não ir votar ou votar nulo, a probabilidade de Lula vencer no primeiro turno é grande e factível.
Se Lula tiver 43% mais um, necessitará de 14% de votos não-válidos, para se eleger no turno inicial.
Lula precisa sustentar o que tem, com campanha ampla e que tenha como discurso central a retirada de Bolsonaro. Além disso, Lula deve trabalhar o voto útil de uma pequena franja de eleitores de Ciro, Doria, Tebet, com o discurso de vamos acabar logo com isso e afastar Bolsonaro.
Principalmente escudado na narrativa de evitar um tempo de guerra e tensão que haveria em eventual segundo turno, ele pode chegar lá, um tanto mais fácil ainda, logrando ter 51% a 52% dos votos. Votação que atinge no segundo turno simulado agora. Ou seja, ele tem tal potencial. Basta saber manejar a transferência do segundo turno para o primeiro.
É o que está tentando fazer.
Quanto mais terror Bolsonaro e seus aliados infundirem ao primeiro turno com golpes abaixo da cintura, mais propensão haverá do eleitorado para rumar em direção a Lula (voto útil) e finalizar o processo eleitoral.
Lula depende de si mesmo, não do crescimento de Bolsonaro, que por enquanto não é grande e se deve a tal franja que Simone Tebet apontou de pessoas com medo de Lula.
Lula pode trabalhar em duas pontas simultaneamente:
1 - conquistar votos úteis de candidatos contra Bolsonaro
2 - empurrar para os votos não-válidos eleitores decepcionados, que rejeitam Bolsonaro, mesmo que não morram de amores por ele, Lula
Voto nulo, abstenção e branco, nas condições atuais, são votos para Lula ganhar no primeiro turno, se não forem retirados dos 44% que ele possui ou deve possuir no dia da eleição.
O Instituto Paraná pesquisa atribuiu a Lula 41%, aí a coisa é bem diferente.
Se Lula, de fato, tiver 41%, então ele precisará que os votos não-válidos alcancem 18%, o que será muito difícil, então Lula estará muito longe de vencer no primeiro turno, mantidos os votos dos outros candidatos constantes.
Se Lula chegar a 45%, precisará só de dez por cento de votos não-válidos mais um para se eleger no primeiro turno.
É a matemática legal.
Independentemente do gosto do eleitor.
Creio que os analistas não estão se importando com isso: Lula depende de si mesmo, gostemos ou não.
Você pode negar a realidade, mas ela existe.
*POR JOSÉ LUIZ PORTELLA:
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