447 visitas - Fonte: Carta Capital
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se encontrou, nesta quarta-feira 20, com José Arruda, irmão de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT assassinado a tiros por Jorge Guaranho, um policial penal bolsonarista. O atentado ocorreu no dia 9 de julho e teria sido motivado pelo tema da festa de aniversário de Arruda, inspirada no ex-presidente Lula e no PT.
Desde o assassinato, ocorrido em Foz do Iguaçu, no Paraná, Bolsonaro vem fazendo declarações ambíguas sobre o caso. No encontro em Brasília com José Arruda, ele admitiu ter falado sobre o episódio sem base em informações verdadeiras. O relato de que o ex-capitão se retratou foi repassado ao jornal O Estado de S. Paulo pelo deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que intermediou a reunião.
“O presidente, inclusive, se desculpou por esse fato. Porque a primeira informação que ele tinha – errada – e que eu disse a ele a verdade também, e o José também falou, que aquele ato, o chute, depois, não foi um ato provocado por um petista, foi um ato de um amigo do Marcelo bolsonarista”, disse o deputado ao jornal. “Nessa reunião, então, o presidente se retratou com ele e reconheceu que aquela fala foi sem a devida informação verdadeira”, completou.
Poucos dias após o assassinato, durante uma conversa com apoiadores no cercadinho em frente ao Palácio do Alvorada, Bolsonaro evocou o caso para tornar a falar sobre o atentado contra si em 2018. “Vocês viram a briga de duas pessoas em Foz do Iguaçu? Falam ‘ah bolsonarista, não sei o que lá’…agora ninguém fala que o Adélio era filiado ao PSOL”, afirmou,
É importante ressaltar, no entanto, que a suposta relação entre Adélio e o PSOL já foi desmentida, inclusive por decisão na Justiça, que entendeu como difamatória a tentativa do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio de vincular o partido ao atentando contra Bolsonaro. O jornalista foi condenado a pagar indenização no caso.
Após a conversa com José Arruda, Bolsonaro disse ter ‘destruído narrativas’ de que seria o culpado no caso. O aumento da violência política no Brasil, no entanto, é atribuído ao presidente por diferentes entidades ao redor do mundo. Os discursos do ex-capitão também são questionados na Justiça.
“Conversamos com o irmão daquele que faleceu, onde a imprensa tentou botar no meu colo a responsabilidade pelo episódio lamentável e injustificável. Brigas existem, mas como aquela não tem explicação, do nada”, disse o ex-capitão na quarta.
Na quarta, o Ministério Público apresentou denúncia contra o Guaranho e apontou motivações políticas no atentando. A Justiça, por sua vez, abriu prazo para que a defesa do atirador se pronuncie.
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