53510 visitas - Fonte: Brasil 247
Há alguns dias atrás, escrevi que Bolsonaro, ao falar em um evento em Orlando em 31/01, certamente voltaria a produzir provas contra ele mesmo.
E produziu.
Quase ao fim de sua fala, afirmou que jornalistas estariam “esperando uma pequena frase minha para fazer um tumulto amanhã”.
Ele achou sinceramente que o que falou não seria suficiente para um “tumulto”. Para tumulto, não, mas para percebermos claramente suas intenções ainda golpistas, sim.
Ao bradar “pode ter certeza, em pouco tempo teremos notícias”, o que quis dizer?
Assim como Braga Netto que, ao abordar acampados golpistas após as eleições, pediu para terem um pouco mais de paciência, Bolsonaro alimenta o imaginário de quem anseia por uma ruptura institucional no Brasil, com a esperança de que ainda haverá proximamente uma nova tentativa de golpe e ele seja reconduzido ao poder.
Prosseguiu: “por si só, se esse governo continuar na linha que demonstrou nesses primeiros 30 dias, não vai durar muito tempo”.
Podemos interpretar a frase de duas formas. Bolsonaro estaria acreditando que tudo o que Lula fez no primeiro mês de governo foi ilegal e que, por isso, estaria sujeito a um impeachment, ou que haveria uma trama de golpe para recolocá-lo no poder para salvar o país.
A primeira hipótese certamente é facilmente descartada, afinal, não há nenhuma ilegalidade cometida até agora. Mais ainda, Lula conseguiu feitos nunca antes alcançados por mandatários em seus primeiros dias de governo, tais como, a aprovação da PEC do Bolsa Família, mesmo com um congresso, na sua maioria, hostil a ele, a recolocação do Brasil no cenário mundial, a volta do Fundo Amazônia por parte da Noruega e da Alemanha e o resgate dos Yanomamis, claramente, vítimas de genocídio por parte do governo Bolsonaro. Lula, em um mês apenas, já corrigiu uma parte dos malfeitos do capitão.
A segunda hipótese é claramente uma ameaça de golpe e, partindo de Bolsonaro, a torna a mais plausível.
Não faltou em seu discurso a mesma ladainha de que as eleições foram fraudadas, embora falasse desta vez, de maneira menos clara, mas mesmo assim, golpista: “eu nunca fui tão popular [como] no ano passado. Muito superior a 2018. No final das contas, a gente fica com uma interrogação na cabeça”. Para ele, mil motos em motociatas seriam o suficiente para aferir sua popularidade, muito mais confiáveis do que as pesquisas de opinião.
Óbvio está que o capitão comete o mesmo crime novamente e precisa ser extraditado e preso preventivamente porque continua a incitar um golpe, mesmo longe do país. Neste sentido, a lei é clara e precisa ser aplicada.
Sobre a tragédia Yanomami, nem uma palavra, afinal, se falasse, ficaria com sua situação ainda mais complicada. E, convenhamos, se ele acredita que indígena não é gente, pra que falar sobre eles?
Uma nova palestra de Bolsonaro acontecerá em Miami, promovida por uma das organizações responsáveis pelo ataque ao Capitólio em janeiro de 2021, a Turning Point USA. Por si só, é inegável sua intenção golpista amparada por quem também tentou a ruptura institucional em solo americano.
Com certeza, nesse próximo evento, Bolsonaro se sentirá mais à vontade e, sem sombra de dúvida, produzirá mais provas contra si mesmo, a menos que Alexandre de Moraes mande extraditá-lo antes que aconteça.
Afinal, essas tentativas de novos turnos da eleição já estão cansando.
Plantão Brasil foi criado e idealizado por THIAGO DOS REIS. Apoie-nos (e contacte-nos) via PIX: apoie@plantaobrasil.net
Follow @ThiagoResiste
APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!
Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.