Cantanhêde: não pergunte de quem os gringos fogem, eles fogem de você

Portal Plantão Brasil
3/1/2014 09:40

Cantanhêde: não pergunte de quem os gringos fogem, eles fogem de você

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1733 visitas - Fonte: Tijolaço

A cheirosa colunista da Folha, Eliane Cantanhêde, escreve hoje que um artigo um tanto confuso, onde mistura os problemas do turismo receptivo brasileiro – que, de fato, deixa a desejar – com o turismo de brasileiros no exterior, que vai de vento em popa com a elevação de renda e com a (ainda) relativa apreciação da moeda brasileira frente ao dólar.



À parte de um turista brasileiro – “homem aparentemente bem simples” – discutir em dólares o preço de um brinquedo numa breira de estrada em Pirassununga (SP) , a colunista deve ter tido uma crise de temporalidade, por dizer que os preços para os brasileiros, no Brasil, são comparados “quase que corriqueiramente, com o dólar”.



Tanto não são que o amigo e a amiga terá de fazer contas para saber quanto é seu salário ou quanto custam sua casa ou seu carro em dólar.



Depois, usa como argumento que seria uma “bagunça fiscal” – “IPI pra cá, IPI pra lá e aumento de IOF para viagens internacionais” – o que afasta os turistas.



Ora, turista não vem comprar carro no Brasil nem vai pagar um tostão a mais nos seus gastos aqui em moeda estrangeira.



E quem vai pagar mais são os brasileiros que convertiam seus reais em dólares por travelller’s checks e em carga de cartões pré-pagos, que passam a ser equiparados, como deviam ser, aos cartões de crédito convencionais.



Cantanhede parece que não lê a própria Folha, que ontem publicou matéria sobre a explosão descontrolada de turismo brasileiro no exterior e as perdas que isso causa para o país.



Em 2003, o dinheiro gasto pelos brasileiros lá fora basicamente equivalia ao deixado por estrangeiros aqui dentro. Hoje, para cada dólar trazido pelos gringos, deixamos 17 no exterior.



O número de brasileiros fazendo turismo externo dobrar é ótimo.



Já o gasto destes turistas decuplicar, não.



Porque significa que o perfil das despesas cresceu muito para quem gasta mais.



Mas voltemos ao ponto em que Cantanhede mistura as duas coisas: porque os estrangeiros vêm pouco ao Brasil?



Estrangeiros, leia-se, americanos, europeus e asiáticos, porque o turismo argentino, uruguaio e latino americano em geral é relativamente estável e bem sucedido.



O Brasil é caro, sim, mas a Espanha, que recebe o décuplo de turistas, também é. E Nova York, Paris, Roma, Londres, também são.



Ninguém deixa de ir a estas cidades porque são caras.



Os hotéis de turismo de luxo ou semi-luxo têm mais ou menos a mesma tarifa mundo afora.



Como não ficaram encalhados os ingressos da Copa, mesmo cada um custando uma pequena fortuna.



Deixa-se de vir ao Brasil pela imagem de caos, desorganização, violência e medo que, nos últimos anos, espalhou-se sobre o Brasil.



Aliás, décadas quando se trata do Rio de Janeiro, um de nossos principais portões de entrada.



A mídia brasileira é a antivitrine do Brasil. E do Rio, em especial.



Numa cidade do Centro-Oeste, num condomínio envolto em cercas elétricas – coisa que é rara aqui no Rio – fiquei impressionado com a preocupação dos moradores de um terceiro andar em trancar portas e janelas à noite, enquanto minha casa vive com elas escancaradas.



A violência, no Brasil é um problema sério e preocupante. Mas não é maior que em muitas cidades turísticas pelo mundo.



O submundo das drogas não é maior no Rio do que na Flórida, talvez seja no máximo mais espalhado pela proximidade de áreas ricas e pobres.



Os roubos e homicídios aqui são menores que os de New Orleans, um dos mais concorridos destinos turísticos dos EUA.

Mas o Brasil, para sua mídia, é – perdão – o cocô do cavalo do bandido.



E ela, portanto, não pode querer que nos achem cheirosos, se ela mesma nos vê como fedorentos.



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