A política externa entre a ideologia e o pragmatismo, por Wagner Iglecias

Portal Plantão Brasil
15/12/2014 13:54

A política externa entre a ideologia e o pragmatismo, por Wagner Iglecias

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2110 visitas - Fonte: Jornal GGN

Coluna Painel, da Folha de São Paulo, traz na edição de hoje a informação de que se Aécio Neves tivesse sido eleito seu chanceler seria ninguém menos que FHC. Segundo o texto, o ex-presidente "queria ampliar o peso do país na política externa" e "provavelmente, buscaria uma aproximação maior com os Estados Unidos e outros países desenvolvidos". Ideologia pura, pra variar, como sempre ocorreu com a direita brasileira a achar que o alinhamento automático com Washington seria o melhor caminho para o país. E, consequentemente, um equívoco, já que em política externa o que vale é o realismo.



Oras, ampliar o peso do país na política externa é ser pragmático, como o Brasil tem sido nos últimos anos, ao aproximar-se dos pólos emergentes da economia mundial, como China e Índia, do país mais estratégico de todos em termos geopolíticos, a Rússia, e de regiões do mundo onde podemos ampliar nossa influência política e nossas interesses econômicos, como a África, o Oriente Médio, a América Latina e o Caribe. E tudo isso sem abrir mão das relações com USA e Europa, obviamente. E apostando, além disso, na integração sul-americana, cuja condução é compartilhada entre os países membros mas cujo protagonismo, por motivos óbvios (econômicos, demográficos e territoriais) flui em boa medida para Brasília.



Já o modelo de inserção internacional do país defendido pela direita brasileira desde os anos 1990 tem sido a Aliança de Livre Comércio das Américas (ALCA), uma espécie de NAFTA ampliado no qual a América Latina inteira se abriria sem salvaguardas às exportações dos USA. Se alguém quer entender o que tem sido o NAFTA, acordo de livre-comércio do México com USA e Canadá, vinte anos após ter entrado em vigor, que procure saber a quantas anda o país hoje em dia: mais de 80% de suas receitas de exportações dependentes dos USA e mais de 50% de sua população vivendo abaixo da linha da pobreza, impacto inevitável da abertura acentuada de sua economia a um competidor imensamente mais forte. Concentração da propriedade da terra, êxodo rural, favelização das grandes cidades, desemprego e emprego precário, aumento explosivo da violência e da criminalidade e imigração de milhões de pessoas buscando melhores oportunidades de vida no exterior têm sido algumas das conseqüências da escolha mexicana. É este o modelo que se quer para o Brasil?



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